A melhora da competitividade da economia brasileira no cenário global passa, obrigatoriamente, pelo combate à corrupção. Estudos de organismos internacionais deixam clara a relação direta entre esses dois fatores. Quanto menos corrupto é um país, mais atrativo é seu ambiente para negócios.
Entre as economias mais competitivas do planeta sempre estão países com baixos níveis de corrupção. É o caso de Cingapura, que nas últimas décadas adotou mecanismos eficientes de combate à corrupção. Hoje, o país asiático é o quinto menos corrupto do planeta, segundo o Índice de Percepção da Corrupção, da Transparência Internacional. E é o segundo com melhor ambiente para negócios, de acordo com o Relatório Global de Competitividade, do Fórum Econômico Mundial. No caso do Brasil, ocupamos apenas a 69.ª posição no Índice de Percepção da Corrupção. Ao mesmo tempo, em 2013 o país caiu para a 56.ª posição no Relatório Global de Competitividade. Outra pesquisa, do Banco Mundial, revela que o Brasil é apenas o 116.º colocado em um ranking que mede a facilidade para que pequenas empresas façam negócios em 185 nações.
É fácil entender os danos que a corrupção causa para o desenvolvimento de um país. A corrupção eleva em até 10% os custos dos negócios globalmente, de acordo com outra pesquisa do Banco Mundial. Apesar da dificuldade de se mensurar o montante exato que essa prática movimenta no Brasil, alguns estudos mostram que ela tira dos cofres públicos e da economia algo em torno de R$ 85 bilhões a cada ano. Valor significativo para um país que sofre, por exemplo, com sérias deficiências de infraestrutura, que elevam o custo do produto nacional.
Os motivos que levam a esse cenário são muitos. A burocracia é um deles, graças ao excesso de trâmites e meandros que obriga o empreendedor a encarar um verdadeiro desafio para formalizar seu negócio. Outro é a carga tributária elevada, somada ao seu elemento causador – a sustentação de um aparato estatal gigantesco e, por vezes, ineficiente. Segundo dados recentes do Ipea, os tributos já respondem por 35,5% do PIB brasileiro. Como pano de fundo, um sistema político e partidário que coloca a troca de favores quase como norma e dá fôlego para a corrupção.
Neste assunto, porém, não se pode ser hipócrita e tratar o problema como exclusividade da esfera pública. Não existe corrupto sem que haja um corruptor. A mudança de postura, portanto, deve envolver toda a sociedade. E é fundamental que principalmente as empresas reflitam com seriedade sobre seu papel na prevenção e no combate a essa prática. Essas e outras questões serão debatidas por especialistas nacionais e internacionais e por empresários durante o Fórum Transparência e Competitividade, que o Sistema Fiep promove em Curitiba, em parceria com o Instituto das Nações Unidas para Treinamento e Pesquisa (Unitar), e que termina hoje. O objetivo é oferecer uma análise qualificada em relação ao impacto da corrupção sobre a competitividade da economia brasileira.
Mais que refletir sobre o tema, é hora de a iniciativa privada tomar a frente nas ações contra a corrupção no Brasil. Não apenas cobrando medidas sérias do poder público para combater essa prática, mas também adotando como regra básica a gestão ética e correta dos negócios.
Entre as economias mais competitivas do planeta sempre estão países com baixos níveis de corrupção. É o caso de Cingapura, que nas últimas décadas adotou mecanismos eficientes de combate à corrupção. Hoje, o país asiático é o quinto menos corrupto do planeta, segundo o Índice de Percepção da Corrupção, da Transparência Internacional. E é o segundo com melhor ambiente para negócios, de acordo com o Relatório Global de Competitividade, do Fórum Econômico Mundial. No caso do Brasil, ocupamos apenas a 69.ª posição no Índice de Percepção da Corrupção. Ao mesmo tempo, em 2013 o país caiu para a 56.ª posição no Relatório Global de Competitividade. Outra pesquisa, do Banco Mundial, revela que o Brasil é apenas o 116.º colocado em um ranking que mede a facilidade para que pequenas empresas façam negócios em 185 nações.
É fácil entender os danos que a corrupção causa para o desenvolvimento de um país. A corrupção eleva em até 10% os custos dos negócios globalmente, de acordo com outra pesquisa do Banco Mundial. Apesar da dificuldade de se mensurar o montante exato que essa prática movimenta no Brasil, alguns estudos mostram que ela tira dos cofres públicos e da economia algo em torno de R$ 85 bilhões a cada ano. Valor significativo para um país que sofre, por exemplo, com sérias deficiências de infraestrutura, que elevam o custo do produto nacional.
Os motivos que levam a esse cenário são muitos. A burocracia é um deles, graças ao excesso de trâmites e meandros que obriga o empreendedor a encarar um verdadeiro desafio para formalizar seu negócio. Outro é a carga tributária elevada, somada ao seu elemento causador – a sustentação de um aparato estatal gigantesco e, por vezes, ineficiente. Segundo dados recentes do Ipea, os tributos já respondem por 35,5% do PIB brasileiro. Como pano de fundo, um sistema político e partidário que coloca a troca de favores quase como norma e dá fôlego para a corrupção.
Neste assunto, porém, não se pode ser hipócrita e tratar o problema como exclusividade da esfera pública. Não existe corrupto sem que haja um corruptor. A mudança de postura, portanto, deve envolver toda a sociedade. E é fundamental que principalmente as empresas reflitam com seriedade sobre seu papel na prevenção e no combate a essa prática. Essas e outras questões serão debatidas por especialistas nacionais e internacionais e por empresários durante o Fórum Transparência e Competitividade, que o Sistema Fiep promove em Curitiba, em parceria com o Instituto das Nações Unidas para Treinamento e Pesquisa (Unitar), e que termina hoje. O objetivo é oferecer uma análise qualificada em relação ao impacto da corrupção sobre a competitividade da economia brasileira.
Mais que refletir sobre o tema, é hora de a iniciativa privada tomar a frente nas ações contra a corrupção no Brasil. Não apenas cobrando medidas sérias do poder público para combater essa prática, mas também adotando como regra básica a gestão ética e correta dos negócios.
06 de novembro de 2013
Edson Campagnolo, Gazeta do Povo
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