"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

DESCONTROLE NOS GASTOS, CONTABILIDADE MAQUIADA, DÓLAR EM ALTA. CONFIANÇA NO GOVERNO DILMA DESABA.



 
O mau humor do mercado financeiro fez a cotação do dólar disparar ontem. O dólar comercial, usado no comércio exterior, subiu 1,95% e chegou a R$ 2,289, na maior cotação desde 6 de setembro. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, encerrou o dia com valorização de 1,70% (R$ 2,283 na venda), recorde desde 11 de setembro deste ano. Desde o início da semana passada, a alta acumulou 4,4%, ou R$ 0,10. Embora parte disso seja provocada pelas perspectivas de fim da injeção de dólares nos Estados Unidos, foi o real a moeda emergente que mais se desvalorizou ontem, entre as mais negociadas.
 
O fenômeno foi visto por analistas como uma reação à dificuldade do governo em manter a meta de economia para pagar juros da dívida. Para economistas, o governo tem dificuldades em cortar o próprio gasto e uma política intervencionista que demonstra ser avessa ao lucro. Para recuperar a credibilidade a um ano da eleição, tem feito reuniões com empresários e banqueiros e sinalizado aperto nos gastos e redução nos repasses feitos aos bancos públicos.
 
"O governo colhe o que plantou. Quando há credibilidade, pode-se cometer pequenos erros sem maiores consequências. Mas, quando a credibilidade se esgota, qualquer pequeno erro é um grande problema", disse Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central. "A política fiscal é uma sucessão de equívocos e maquiagens, que só não é pior que o desempenho no plano setorial e regulatório."
 
Ao longo do ano, o estrago no mercado de juros foi ainda maior. A taxa pós-fixada (CDI) saltou de 6,92% para 9,28%. Juros maiores indicam que os investidores "exigem" um retorno maior, seja porque há uma aversão ao risco maior, seja porque consideram que as contas do país estão se deteriorando. Para o ex-ministro Mailson da Nóbrega, o maior problema é o crescimento baixo, mas não há sinais sobre como isso vai ser revertido. "A presidente acha que pode reverter a credibilidade se reunindo com empresários. O mau humor não é manifestado pelos líderes, mas por quem analisa os riscos do investimento", disse.
 
Para Carlos Tadeu de Freitas, ex-diretor do BC, o governo deveria responder com um planejamento crível para recuperar as contas públicas. "O Brasil não está à beira da catástrofe, mas o governo tem que aceitar que a situação fiscal se deteriorou porque foi usada para estimular a economia. Funcionou? Não, mas ajudou. Para reverter, tem de fazer um planejamento, porque o resultado dos ajustes fiscais demora."
 
(Folha de São Paulo)
 
06 de novembro de 2013
in coroneLeaks

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