Bachelet vence, mas Chile terá 2º turno. De acordo com projeções, ex-presidente e candidata socialista voltará a enfrentar rival em nova eleição em 15 de dezembro
Carlos Vera/Reuters
Eleições presidenciais deste domingo foram as primeiras organizadas sem o voto obrigatório
SANTIAGO - A socialista Michelle Bachelet venceu neste domingo a eleição presidencial do Chile, mas precisará disputar o segundo turno, dia 15 de dezembro. Com 92% das urnas apuradas, a ex-presidente que comandou o país entre 2006 e 2010 tinha 46,75% dos votos. Ela enfrentará a conservadora Evelyn Matthei, que concentrava 25,04% dos votos e terá dificuldade para virar o jogo - terceiro e quarto colocados estão mais próximos de Bachelet.
"Não há duas leituras, ganhamos esta eleição. Sabíamos que vencer no primeiro turno era complexo", disse Bachelet, tentando amenizar a frustração dos partidários que esperavam uma vitória definitiva.
A intenção da líder de centro-esquerda é passar para a história como a presidente que corrigiu desigualdades, aplicando profundas reformas na educação pública - tornando-a universal e gratuita - e no sistema tributário. Bachelet também pretende concretizar o projeto de uma nova Constituição. Para adotar essas transformações, porém, a socialista terá precisará negociar apoios no Parlamento.
As propostas de Bachelet são consideradas inviáveis por Matthei porque, segundo a rival, comprometeriam a economia. "Eles querem destruir empregos e as micro e pequenas empresas. Eles são um movimento que defende os delinquentes, nós defendemos as vítimas. Vamos ter agora tempo de explicar isso a todos", afirmou Matthei, em um discurso iniciado logo após o de Bachelet.
As eleições presidenciais deste domingo foram as primeiras organizadas sem o voto obrigatório no Chile. A maior surpresa ocorreu na disputa pelo terceiro lugar. O candidato independente Franco Parisi (10,13%,), apontado pelas pesquisas como o fiel da balança, perdeu a posição para o progressista Marco Enríquez-Ominami (10,91%).
Embora tenha dito após a eleição que não votará em dezembro, Parisi previu uma vitória arrasadora de Bachelet e disse que ninguém deveria votar em Matthei, que, de acordo com ele, "é uma mulher má".
18 de novembro de 2013
Rodrigo Cavalheiro - ENVIADO ESPECIAL - O Estado de S.Paulo
COM REUTERS E AFP
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