"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

OBAMA CAI EM CIMA DE ISRAEL

                     
          Internacional - Oriente Médio
A sensação da visita de Barack Obama a Israel em março de 2013 foi do tipo bom demais para ser verdade. Ao mesmo tempo em que praticamente não pressionava Israel, instruía os palestinos a não imporem precondições para iniciarem as negociações, advertindo-os a "reconhecer que Israel será um estado judeu". Isso não batia com o jeito dele, indicando que, mais tarde, haveria um preço a pagar.
 
Então, após oito meses, veio a conta, composta de dois componentes. Tomei a liberdade de parafrasear a posição americana: "primeiro, não faça nada enquanto chegamos a um acordo com Teerã que congelará, mas não desmantelará o programa nuclear. segundo, pare com a construção ilegítima de residências na Cisjordânia ou a Autoridade Palestina irá, com a aquiescência americana, iniciar a terceira intifada".
 
As respostas israelenses às duas exigências têm sido resolutas, francas e bem diferentes das que se tem memória. O Primeiro Ministro Benjamin Natanyahu desferiu violentas criticas quanto à perspectiva de um acordo com o Irã como sendo um "erro monumental" e após reunir-se com o Secretário de Estado John Kerry deu o seguinte recado:
 
lembrei ao Secretário de Estado que ele disse que era melhor não fazer acordo do que fazer um mau acordo. E o acordo que está em discussão nesse momento em Genebra é um mau acordo. É um péssimo acordo.
O Irã não necessita sequer desmantelar uma única centrífuga. Mas a comunidade internacional está aliviando as sanções impostas ao Irã pela primeira vez, em vários anos.
O Irã está conseguindo tudo que deseja nesse estágio, sem dar nada em troca. Justamente quando o Irã se encontra sob forte pressão. Faço um apelo ao Secretário Kerry para que não se apresse em assinar o acordo, que aguarde, repense, a fim de obter um bom acordo. Mas este é um mau acordo, muito, muito ruim. É o acordo do século para o Irã, é um acordo perigoso e ruim para a paz e para a comunidade internacional.

O Ministro da Economia e do Comércio Naftali Bennett foi ainda mais direto, levantando até a possibilidade de uma bomba nuclear iraniana destruir a cidade de Nova Iorque:
 
esses dias cruciais de novembro serão lembrados por muitos anos. O mundo livre está diante de uma encruzilhada, com uma opção muito clara: permanecer forte e insistir que o Irã desmonte seu programa de armas nucleares ou se render, ceder e permitir que o Irã mantenha suas 18.500 centrífugas.
Em anos vindouros, quando um terrorista islâmico detonar uma maleta em Nova Iorque ou quando o Irã lançar um míssil nuclear sobre Roma ou Tel-aviv, será unicamente porque um mau acordo foi fechado nesses momentos decisivos.

Como em uma luta de boxe, o regime do Irã está deitado na lona. A contagem está nos últimos segundos da marca dos 10. Agora é hora de aumentar a pressão e forçar o Irã a acabar com o programa nuclear.
Não deixá-lo continuar. Seria perigoso suspender as sanções e aceitar um acordo que permita ao Irã ficar com a linha inteira de produção de urânio. Seria perigoso porque o Irã iria em um, dois ou três anos, voltar tudo ao que era e obter uma bomba nuclear antes que o mundo possa fazer algo para impedi-lo. Desligar as centrífugas não é o bastante. Devem ser totalmente desmanteladas. Apelamos ao Ocidente que evite assinar um mau acordo.

A responsabilidade de Israel é garantir a segurança de seus cidadãos e é exatamente isso que iremos fazer. Nunca iremos terceirizar nossa segurança.

Quanto à questão palestina, o Ministro da Defesa Moshe Ya'alon adiantou:
não há necessidade de temer as ameaças sobre se haverá ou não a terceira intifada. Estivemos e estamos em um conflito aberto e contínuo (com os palestinos), no que diz respeito a eles não terminará nas fronteiras de 1967.
Temos Sheikh Munis, (o nome como eles chamam) Tel-aviv, Majdal, (o nome como chamam) Ashkelon. Saímos da Faixa de Gaza e eles continuam a nos atacar. Eles criam sua juventude para acreditar que Haifa e Acre são portos palestinos, além de muitas outras coisas. Aqui não há nenhum sinal de acordo. Temos que ser inteligentes e não temer as ameaças sobre se haverá ou não a terceira intifada.

Escrevi antes da última eleição presidencial que "os problemas de Israel irão realmente começar" se Obama for reeleito. Na segunda posse de Obama, eu previ que quando ele estivesse "livre das amarras da reeleição, poderia finalmente dar vazão ao seu antigo ponto de vista antissionista, após uma década de posicionamento político. Atente para um tom marcadamente desfavorável da segunda administração Obama frente ao terceiro governo de Netanyahu".
Chegou a hora.
 
Publicado na National Review Online.

Original em inglês: Obama Turns on Israel
 
18 de novembro de 2013
Daniel Pipes
Tradução: Joseph Skilnik

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