ESQUERDISTAS NÃO ESTUDAM DIALÉTICA
A presidente da República avocou para si a tarefa de negociar com o Congresso Nacional seu mais novo pacote de maldades.
Puxou responsabilidade e riscos de enfrentar a parte maior e os detalhes da barganha política com deputados e senadores. Da chamada base aliada ou não.
Crê a presidente que basta de intermediários para, em nome dela ou da República que preside exigir, ceder e tirar o país da crise.
Crê a presidente que ela se basta. Para isso ou mais. Afinal a crise é dela. A crise é ela.
Autoritária, personalista, decidiu assumir tudo. Impulsiva, dessa vez não comunicou nada a ninguém nem pediu conselhos aos aliados e mentores de sempre.
Sequer ao criador pediu vênia a criatura.
A decisão é arrostar tudo e todos. Só.
No máximo falando direto com a entidade que, imagina, é fonte de seu poder, será o esteio de sua nova postura e garantia de permanência nele: a entidade chamada povo.
Dilma Rousseff se basta e se crê.
A presidente da República leva a crise para dentro dela. Para dentro do Palácio do Planalto.
A partir de agora a parte psicológica é coisa para especialistas.
A parte política entrou na dialética. Esse ramo da filosofia costuma devorar déspotas de qualquer fonte ideológica.
Os militares brasileiros ao extinguirem os partidos políticos partidarizaram a caserna. Os quartéis passaram a ser sublegendas de generais.
Deu no que deu.
Sem o hábito do voto viveram de pequenos golpes. Até cansar e devolver a rapadura para os civis e seus partidos.
Esses têm a manha, a ciência, a história. O saber de experiência feito. Com todos os pecados.
A União Soviética viveu um rico período pós-revolucionário. Lenin e Trotski eram estudiosos autoritários ou vice-versa. A morte do primeiro e a fragilidade intelectual do segundo deram espaço ao erro: Stálin.
A guerra mundial atrasou a dialética, mas ele sumiu na roda da história.
Quando a URSS acabou, esse mix de sonho, aventura e erros, o juiz da Guerra Fria levantou a mão do Capitalismo.
Sozinho, sem rival, o capital arrotou valentia, vomitou máximas sobre os outros.
Pouco mais de uma década e duas torres, gêmeas, no chão, sentiu dentro dele o bafo indutor.
A crise do capital veio em seguida, com direito a quebra de sólidas instituições.
Luiz Carlos Prestes disse certa vez que nossa guerrilha urbana foi obra de patriotas, sim, mas equivocados.
A equivocada presidente da República, por atarefada à época, não estudou. Agora está só e condenada a repetir erros.
Ao falar em golpe se defende do imaginário dela.
Dilma Rousseff dançou em seu labirinto. Briga com o espelho deixado por um Narciso fujão.
Tenta evitar o encontro de contas com a dialética.
Perdeu, playboy. É questão de tempo.
17 de setembro de 2015
Luiz Recena
A presidente da República avocou para si a tarefa de negociar com o Congresso Nacional seu mais novo pacote de maldades.
Puxou responsabilidade e riscos de enfrentar a parte maior e os detalhes da barganha política com deputados e senadores. Da chamada base aliada ou não.
Crê a presidente que basta de intermediários para, em nome dela ou da República que preside exigir, ceder e tirar o país da crise.
Crê a presidente que ela se basta. Para isso ou mais. Afinal a crise é dela. A crise é ela.
Autoritária, personalista, decidiu assumir tudo. Impulsiva, dessa vez não comunicou nada a ninguém nem pediu conselhos aos aliados e mentores de sempre.
Sequer ao criador pediu vênia a criatura.
A decisão é arrostar tudo e todos. Só.
No máximo falando direto com a entidade que, imagina, é fonte de seu poder, será o esteio de sua nova postura e garantia de permanência nele: a entidade chamada povo.
Dilma Rousseff se basta e se crê.
A presidente da República leva a crise para dentro dela. Para dentro do Palácio do Planalto.
A partir de agora a parte psicológica é coisa para especialistas.
A parte política entrou na dialética. Esse ramo da filosofia costuma devorar déspotas de qualquer fonte ideológica.
Os militares brasileiros ao extinguirem os partidos políticos partidarizaram a caserna. Os quartéis passaram a ser sublegendas de generais.
Deu no que deu.
Sem o hábito do voto viveram de pequenos golpes. Até cansar e devolver a rapadura para os civis e seus partidos.
Esses têm a manha, a ciência, a história. O saber de experiência feito. Com todos os pecados.
A União Soviética viveu um rico período pós-revolucionário. Lenin e Trotski eram estudiosos autoritários ou vice-versa. A morte do primeiro e a fragilidade intelectual do segundo deram espaço ao erro: Stálin.
A guerra mundial atrasou a dialética, mas ele sumiu na roda da história.
Quando a URSS acabou, esse mix de sonho, aventura e erros, o juiz da Guerra Fria levantou a mão do Capitalismo.
Sozinho, sem rival, o capital arrotou valentia, vomitou máximas sobre os outros.
Pouco mais de uma década e duas torres, gêmeas, no chão, sentiu dentro dele o bafo indutor.
A crise do capital veio em seguida, com direito a quebra de sólidas instituições.
Luiz Carlos Prestes disse certa vez que nossa guerrilha urbana foi obra de patriotas, sim, mas equivocados.
A equivocada presidente da República, por atarefada à época, não estudou. Agora está só e condenada a repetir erros.
Ao falar em golpe se defende do imaginário dela.
Dilma Rousseff dançou em seu labirinto. Briga com o espelho deixado por um Narciso fujão.
Tenta evitar o encontro de contas com a dialética.
Perdeu, playboy. É questão de tempo.
17 de setembro de 2015
Luiz Recena
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