Até pouco tempo, o Brasil era a sexta maior economia, suplantando a Inglaterra, mas agora está descendo a ladeira numa velocidade impressionante, por causa da queda do valor do real, em regime de estagflação (recessão com inflação alta, simultaneamente).
Se conseguirmos terminar o ano como 10ª economia do mundo, devemos agradecer aos céus, porque a perspectiva é que possamos cair até para a 14ª posição. Mas Dilma não percebe nada, parece viver num outro mundo, a Terra do Nunca Jamais, como Alice no país das maravilhas.
RECEITA PATÉTICA
Sua receita para reequilibrar a economia é patética. Começa punindo os servidores federais, que não têm culpa se ela e Lula contrataram 240 mil novos funcionários públicos federais. Quer deixá-los sem aumento em janeiro, o que é inconstitucional.
Ao mesmo tempo vai elevar as alíquotas de vários impostos, realimentando a inflação, mas o prato principal é recriar a CPMF. Como os governadores também estão à míngua, oferece um percentual a eles, para que pressionem as bancadas estaduais a aprovar o tributo, vejam que maneira perversa de administrar o país.
CORTAR OS CUSTOS
O que se esperava dela é que cortasse custos, diminuísse o número de ministérios, reduzisse os cargos comissionados, extinguisse os cartões corporativos, suspendesse os repasses às ONGs, fizesse um enxugamento da máquina administrativa. Mas isso ela não aceita, porque teme desaparelhar o governo e enfraquecer o PT.
A grande meta de Dilma e do PT é manter o status quo, embora esteja claro que o país precisa mesmo é de mudanças. Temos de encontrar líderes que realmente entendam os problemas nacionais e defendam o interesse público; que não tenham como objetivo maior a perpetuação no poder; que respeitem a alternância da democracia; que sejam nacionalistas e se preocupem com nosso povo; que não tenham compromisso com o sistema financeiro; e que sejam pessoas simples e humanas, capazes de se emocionar. Infelizmente, este tipo de liderança está em falta.
POLÍTICOS DO BEM
Há exceções, é claro. Tenho admiração e confio em poucos políticos. Cito os senadores Antonio Reguffe (PDT-DF) e Cristovam Buarque (PDT-DF), os deputados Carlos Sampaio (PSDB-SP), Nilmário Miranda (PT-MG), Rubens Bueno (PPS-PR), Roberto Freire (PPS-SP), Ivan Valente (PSOL-SP) e Chico Alencar (PSOL-RJ), e se esqueci alguém, por favor me lembrem o nome.
Estes são pessoas de bem, a meu ver, mas nenhum deles corre o risco de chegar à Presidência da República. A única esperança, portanto, é a candidatura do juiz Sérgio Moro, que não pode desprezar a oportunidade de ajudar o país ainda mais. É um sonho, mas um sonho viável. O resto é paisagem, como dizia Érico Veríssimo.
17de setembro de 2015
Carlos Newton
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