"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

CRESCE CHANCES DE KÁTIA ABREU ASSUMIR A CASA CIVIL

SE LULA CONCORDAR, KÁTIA ABREU, EX-OPOSIÇÃO, ASSUME CASA CIVIL

ELA SÓ PRECISA DO AVAL DO EX-PRESIDENTE PARA SER CONFIRMADA NA CASA CIVIL. (FOTO: ANTONIO CRUZ/ABR)


Diante das resistências para aprovar o pacote fiscal, a presidente Dilma Rousseff vai mexer no "núcleo duro" do governo e reforçar a articulação política com o Congresso. A estratégia prevê o fortalecimento da Secretaria-Geral da Presidência, que hoje cuida dos movimentos sociais, e a volta de Ricardo Berzoini atual ministro das Comunicações, para fazer a "ponte" entre o Palácio do Planalto e o Congresso.

Dilma está sendo cada vez mais pressionada pelo PMDB e mesmo pelo PT a substituir Aloizio Mercadante (PT) na Casa Civil. Apesar de ser o homem de confiança de Dilma, Mercadante coleciona atritos no Senado e na Câmara.

Em conversas reservadas, o nome que voltou a ser citado para a Casa Civil é o da ministra da Agricultura, Katia Abreu (PMDB). Dilma, porém, ainda não bateu o martelo sobre essa troca. Para isso, a presidente pretende conversar com o ex-presidente Lula. Se ele concordar, Kátia Abreu substituirá Mercadante. Senadora de ferrenha oposição a Dilma, ela aderiu ao governo e foi premiada com o cargo de ministra da Agricultura, que exerce atualmente.

Preocupado com os desdobramentos da crise, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai desembarcar nesta quinta-feira, 17, em Brasília e, mais uma vez, aconselhará Dilma a convocar o titular da Defesa, Jaques Wagner (PT), para a Casa Civil.

Governadores

Na segunda-feira, governadores da base aliada que se reuniram com a presidente pediram mudanças urgentes na articulação política do governo com o Congresso. Alegaram que, diante do agravamento da crise política e econômica, Dilma não aprovará as medidas para reequilibrar as contas públicas se não mexer no coração do governo.

A maior cobrança partiu dos governadores Tião Viana (AC) e Wellington Dias (PI), ambos do PT. Mais tarde, pelo menos dois parlamentares do PT com expressão no Congresso chegaram a dizer a Dilma que, se ela não fizer alguma coisa, seu mandato corre sério risco.

A avaliação do Planalto é de que a mudança no núcleo do governo não é suficiente para aprovar remédios amargos, como uma nova versão da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) ou o congelamento do reajuste salarial do funcionalismo, mas pode ajudar nas negociações.

Trânsito

Berzoini já foi ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), no primeiro mandato de Dilma. Ex-presidente do PT, ex-deputado e com bom trânsito com o Congresso, ele trabalhará com o assessor especial da Presidência Giles Azevedo.

O modelo da reforma administrativa ainda não está fechado, mas Dilma já anunciou que cortará dez dos 39 ministérios, com uma economia estimada em R$ 200 milhões. Uma das ideias é que a articulação política seja transferida para a Secretaria-Geral da Presidência, com Berzoini à frente da pasta. Hoje, a Secretaria-Geral é dirigida pelo ministro Miguel Rossetto.

A verba de publicidade sairá da Secretaria de Comunicação Social (Secom) e migrará para a Secretaria-Geral. Se Berzoini não for para a pasta, o ministro-chefe da Secom, Edinho Silva, pode ser deslocado para lá. Nesse xadrez, Dilma ainda avalia se a SRI será extinta ou se ficará sob o guarda-chuva da Secretaria-Geral.

Os ministérios de Previdência e Trabalho devem ser juntados. O plano é unir, ainda, as pastas de Agricultura e Pesca, além de Desenvolvimento Social com Desenvolvimento Agrário.



17 de setembro de 2015
diário do poder

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