Rumo ao abismo
A crise, o verdadeiro colapso, o caos em que se encontra o Brasil é a prova máxima de uma relação hierárquica entre economia e política na condução do Estado Brasileiro. Foi a política que jogou o país na direção do abismo para o qual ele se encaminha; só a política poderia retirá-lo de lá. A capacidade de articulação política no Regime Petista nunca foi diferente daquela que existe hoje.
Antes existia um cenário econômico em que ficava mais fácil esconder o delírio do centralismo democrático, do aparelhamento do Estado e da gestão ideológica da máquina pública que jamais levaram em consideração qualquer característica técnica ou conjuntura econômica internacional. Agora isso acabou: revela-se a face do monstro que criamos dentro de casa.
Não existe, insisto eu, absolutamente nenhuma possibilidade do pacote de corte de gastos e aumento de impostos ser aprovado pelo Congresso Nacional. Não há, nem mesmo dentro da chamada "base do Governo, chance alguma de que as raposas da Câmara dos Deputados e as hienas do Senado Federal sacrifiquem sua imagem (que já é péssima) para tentar salvar aquela que foi a administração mais corrupta e ineficiente da nossa nação.
Das dezesseis medidas propostas por Dilma Rousseff, somente uma não precisa ser votada pelo legislativo. Todas as outras, para serem aprovadas, dependeriam de uma capacidade de barganha e de compra de corruptos que o corrupto número da nação (o próprio Governo Federal) não tem mais.
Aproxima-se no nosso horizonte uma tempestade perfeita: uma gigantesca greve de servidores públicos federais alimentada pelo congelamento de salários, suspensão de concursos e extinção do chamada "abono de permanência" (verba que funcionários que já teriam tempo para se aposentar recebem para que continuem no quadro dos ativos).
A retirada, a fuga, o verdadeiro "êxodo" de capital internacional é o segundo componente da tormenta - o rebaixamento pela Standard & Poor's parece ser apenas o primeiro em relação aos demais que estão para ser anunciados a qualquer momento (e serão assim que a ineficácia das medidas for percebida pelas agências de investidores).
O terceiro e último aspecto é o próprio processo de impeachment, que agora me parece inevitável, que vai se dar num contexto em que nem mesmo os chamados "movimentos sociais" parecem dispostos a se opor. Tudo isto num contexto de inflação, dólar nas alturas e juros estratosféricos...Tudo isto com demissões e taxa de desemprego em permanente aumento.
A crise econômica é a consequência pura da crise política; jamais o inverso e chegou a hora do PT revelar ao Brasil aquilo que sempre foi: um partido de canalhas e incompetentes que jamais deram a mínima nem para o Estado de Direito nem para Democracia. Seus quadros estão na cadeia em Curitiba, seus tesoureiros estão envolvidos com lavagem de dinheiro e seu ídolo máximo (Lula) é formalmente investigado pela Polícia Federal no escândalo do PETROLÃO.
Odiado por milhões de brasileiros, o Governo Dilma apela agora para CPMF - aquela que defini como Contribuição Para Mais Fraudes - para, mais uma vez, saquear os cofres da nação enquanto que, em silêncio, deixa tramitar o Decreto 8515 que entrega todo controle das nossas Forças Armadas ao Partido do Foro de São Paulo.
O PT precisa sair do Governo. Dilma precisa renunciar, sofrer impeachment ou ser derrubada pela força das armas! Não interessa a maneira: esta gente precisa ser varrida, corrida do poder de qualquer jeito o mais rápido possível ou é o próprio país que corre o risco de ser, literalmente, liquidado por um desastre, por um verdadeiro abismo do qual nos aproximamos dia após dia de uma maneira cada vez mais rápida e irreversível... como um navio à toa que vai ser tragado por um gigantesco redemoinho em alto mar.
17 de setembro de 2015
Milton Simon Pires é Médico.
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