É triste dizer, mas a derrota dos 7 a 1 diante da Alemanha na Copa de 2014 teve um efeito colateral benéfico, que foi o de preparar nossos espíritos – inveteradamente otimistas – para o desastre econômico que nos vem sendo apresentado em capítulos.
Desde outubro do ano passado, quando os brasileiros foram às urnas para reeleger a presidente Dilma Rousseff, o valor do real (em relação ao dólar) despencou 53,9%. Para tornar o quadro ainda pior, o PIB de 2015 – se as previsões otimistas forem mantidas – vai ser 2,5% menor do que o do ano passado.
A perda de valor de nossa moeda e a queda do PIB vão tirar do setor de propaganda do Palácio do Planalto uma mensagem que muito utilizam, que é a de propalar com a boca cheia, de que o Brasil é a sétima economia do mundo. Infelizmente para nós, isso não é mais verdade.
Se os ventos nos forem favoráveis, fecharemos o ano em 13º ou 14º lugar no ranking mundial de PIBs. O que dói tanto ou mais do que a enfiada de 7 a 1 que levamos dos alemães.
ANTIGAMENTE
Quando o Brasil era o sétimo maior PIB do mundo (2014: 2,35 trilhões de dólares), só tinha pesos-pesados à sua frente: Estados Unidos (17 trilhões), China (10), Japão (4,6), Alemanha (3,8), Reino Unido (2,9) e França (2,8)., segundo os dados do FMI. Esses seis países mantêm as mesmas posições, dada que a desvalorização de suas moedas em relação ao dólar foi bem inferior à do real em relação ao dólar. Hoje, à nossa frente, vários pesos-médios.
O Brasil, cujo PIB nominal era de 2,35 trilhões de dólares no final de 2014 (com o dólar fechando dezembro a R$2,65), tem sua moeda cotada hoje a 3,89 por dólar) e um PIB que deve ficar um pouco abaixo de 1,4 trilhão de dólares.
A Itália, que era a oitava principal economia do mundo, passou ao sétimo lugar. O euro, sua moeda, caiu cerca de 6% em relação ao dólar, desde janeiro. A economia do país, que havia declinado 0,4% no ano passado, deve crescer cerca de 0,5% este ano. Estima-se que o PIB italiano feche o 2015 um pouco acima de dois trilhões de dólares.
Em nono lugar, disputando de perto com a Itália a posição de oitava principal economia do mundo, está a India, com extraordinário desempenho econômico previsto para este ano (crescimento superior a 7%) e relativamente pequena desvalorização de sua moeda, a rúpia, em relação ao dólar, levará o país asiático a concluir o ano com um Produto Interno Bruto beirando os dois trilhões de dólares.
A posição de 10ª principal economia que no ano passado coube à Rússia, será este ano ocupada pelo Canadá, apesar da estagnação em que se encontra a atividade no país e da desvalorização do dólar canadenses em relação à moeda de seu vizinho EUA. Seu PIB estimado para o final de 2015 é de 1,7 trilhão de dólares.
As estimativas, com base no desempenho econômico e comportamento de suas respectivas moedas, são no sentido de Coréia do Sul, Espanha e Austrália cheguem ao final de 2015 com PIBs na casa de 1,4 trilhão de dólares.
(artigo enviado pelo comentarista Guilherme Almeida)
(artigo enviado pelo comentarista Guilherme Almeida)
17 de setembro de 2015
Pedro Luiz Rodrigues
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