Estamos hoje vivendo num Rio de Janeiro esfacelado, com direito a demolição de artéria fundamental de trânsito, que vinha sendo normalmente utilizada, iniciativa justificada somente por um critério estético unilateral, sem suficiente embasamento técnico, haja vista a enxurrada de argumentos contrários, articulados à época da decisão, por respeitáveis setores técnicos que propunham soluções menos custosas, gerando o mesmo efeito.
O consequente caos urbano se agrava com os preparativos para sediar a jogos olímpicos de 2016, para os quais o Rio reconhecidamente não estava preparado, embora não saiam de nossas memórias as manifestações histéricas, ao vivo e a cores, de natureza politiqueira, dos então governantes das três esferas públicas, Lula, Cabral e Paes, este, remanescente, no momento do anúncio pelo COI.
Os custos para a realização do evento já estouraram as previsões, embora a grande atenuante seja o chamado legado dos jogos para a cidade, aspecto extremamente duvidoso, se compararmos o esperado com o real, quase nenhum, decorrente do pan-americano de 2007.
É evidente que não há volta, ultrapassamos há muito o ponto de possível retorno.
Assim só nos resta, para simbolizar a aventura, propor a modalidade olímpica de saltos ornamentais ...de olhos vendados.
12 de fevereiro de 2015
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário