"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

CRISE É TÃO GRAVE QUE FAZ LULA E DILMA SE APROXIMAREM





Hoje, os dois apenas se suportam e mantém uma convivência exclusivamente política, nada de social. Basta lembrar que Lula esteve rapidamente na posse de Dilma, em 1º de janeiro, e retornou logo para São Paulo, sem participar da festa da posse. Depois, só voltaram a se ver na comemoração dos 35 anos do PT, semana passada, mas trocaram poucas palavras, não houve conversa.


O ex-presidente Lula e sua sucessora Dilma Rousseff já foram grandes amigos, mas a disputa política pelo poder acabou separando os dois, criando entre eles um oceano de ressentimentos, amarguras e decepções. Na eleição de 2014, Lula queria que Dilma lhe cedesse a vez, por motivos óbvios, mas ela se manteve firme e passou a minar o movimento “Volta Lula” com todas as armas à sua disposição, inclusive informações sigilosas sobre Rosemary Noronha, e Lula foi obrigado a recuar.
Agora, com o país mergulhado na pior crise desde que o PT chegou ao poder, Dilma Rousseff teve de deixar a arrogância de lado para pedir ajuda a Lula. A repórter Tânia Monteiro, do Estadão, anunciou que os dois se encontrariam hoje, e Dilma iria a São Paulo para almoçar com Lula, que disse estar gripado par não viajar a Brasília. Se isso acontecer, confirma-se que Dilma está se curvando diante de Lula, como fazia antigamente, antes de incorporar a arrogância e a prepotência que hoje a caracterizam.
Dizem também que a presidente já tem programa para sexta-feira, quando deve receber em Brasília a esperada visita do marqueteiro João Santana. Depois, deve embarcar para a Base Naval de Aratu, na Bahia, onde passará o carnaval com a família, às custas dos cofres públicos.
TUDO EM NOME DO PT
Lula ainda está furioso, nunca pensou que Dilma pudesse traí-lo. Julgava que, ao final do mandato, ela simplesmente o convidaria a voltar. Ao que parece, Lula nunca ouviu falar na dualidade e na rivalidade entre criador e criatura. Ele ainda acha que é o dono do mundo e tudo deveria se amoldar a ele, mas a vida real não é bem assim.
Agora, Lula terá o constrangimento de novamente conviver com Dilma, em nome da sobrevivência do PT. Nos bons tempos, o partido chegou a ter um terço da preferência do povo brasileiro, mas a última pesquisa Datafolha mostra que essa realidade mudou, e cresce a decepção dos brasileiros com os partidos políticos, especialmente o PT.
O reatamento das relações entre Lula e Dilma é uma incógnita. São duas pessoas de temperamento difícil e autoritário. O certo é que agora Dilma está por baixo e Lula por cima (no bom sentido, claro). Por isso, só há uma hipótese de voltarem a conviver pacificamente – Dilma terá se curvar e permitir que Lula volte a comandar o governo, como ocorreu nos dois primeiros anos do mandato inicial dela.
Mas alguém acredita que essa submissão de Dilma possa voltar a acontecer? É uma hipótese até possível, mas altamente improvável. Ou seja, isso significa que Lula pode recolher os flapes e deixar Dilma se virando somente com o apoio do marqueteiro João Santana, famoso ministro sem pasta, o único a quem ela escuta e obedece.

12 de fevereiro de 2015
Carlos Newton

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