O governo Dilma Rousseff vem sendo pai e mãe para as instituições financeiras, institucionalizando verdadeira “Bolsa Banqueiro”. Corrigidos pelo IPCA, fundamentado em números do Banco Central, em três anos (2011 e 2013), o lucro líquido do sistema financeiro nacional no governo Rousseff foi de R$ 115,75 bilhões, com média anual de R$ 38,58 bilhões. Nunca antes, na história desse país, os bancos lucraram tanto como no atual governo.
Para efeito comparativo, no governo Lula da Silva, em oito anos (2003-2010), o total do lucro líquido do sistema financeiro foi de R$ 254,76 bilhões. A média anual foi de R$ 31,84 bilhões. No governo Fernando Henrique, nos dois mandatos (1995-2002), o total acumulado do lucro líquido das instituições financeiras foi de R$ 63,63 bilhões, correspondendo a 7,95 bilhões ao ano. Vale dizer, em três anos de governo Dilma Rousseff, os bancos lucraram R$ 115,75 bilhões. Em oito anos do governo FHC, lucraram R$ 63,63 bilhões.
O economista Paulo Silva Pinto, no “Correio Brasiliense” (11-09-2014), publicou excelente trabalho por título “Os bancos agradecem”, onde demonstra que as instituições financeiras brasileiras, estão entre as maiores do mundo em lucratividade. O recente bate-boca entre Dilma e Marina Silva sobre quem pagou a Bolsa Banqueiro, fica nos números aqui transcritos muito claro. Quem pagou e sustentou a bolsa dos juros altos, autêntica Bolsa Banqueiro foi o governo Dilma Rousseff. Infelizmente os candidatos de oposição, Marina Silva e Aécio Neves, fugiram do confronto dos juros altos, como o diabo na cruz.
No caso do candidato do PSDB, era o momento de desmascarar a farsa criada pelo PT de ter sido o governo FHC o paraíso dos banqueiros. No seu período (1995-2002) lucro dos bancos foi de R$ 63,63 bilhões; no período Lula da Silva (2003-2010), R$ 254,7 bilhões; e em três anos (2011-2013) do governo Dilma Rousseff foi de R$ 115,75 bilhões. A “bonança” para os banqueiros nacionais e internacionais teve nos governos Lula e Dilma os seus protetores garantidores.
Lamentavelmente nesse tempo de democracia delirante, onde a reprodução da mediocridade, tem nos “marqueteiros” o estuário para alimentar irresponsavelmente a mentira e deseducação política dos brasileiros, debater as mazelas nacionais foi banida dos programas eleitorais dos candidatos. A mentira descaradamente é exibida nos programas do rádio e da televisão, à exemplo da criação do marqueteiro da Dilma, de que “o Banco Central independente rouba a comida da boca do pobre”.
Os candidatos, destacadamente os de oposição, tem integral responsabilidade na proliferação da “ditadura dos marqueteiros”, nas campanhas políticas. Onde não há lugar para debater as grandes questões nacionais e estaduais. A falácia imposta aos segmentos desinformados e de baixa escolaridade garantem mandatos que em pouco tempo, transformam-se em frustação.
Hélio Duque é doutor em Ciências, área econômica, pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). Foi Deputado Federal (1978-1991). É autor de vários livros sobre a economia brasileira.
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