Uma estátua de Lenin acaba de ser derrubada em manifestação realizada em Kharkiv, segunda maior cidade da Ucrânia, localizada a pouca distância da fronteira com a Rússia.
O ato, que contou com a participação de mais de três mil pessoas, ocorre dentro de um contexto de conflito que já contabiliza mais de 3000 mortos, protagonizado por separatistas apoiados pela Rússia, em resposta a iniciativas de independência de uma ponderável parcela da população ucraniana, no sentido de promover maior interação com as potências ocidentais da União Europeia e conquistar mais independência da influência russa.
Tudo gira, na verdade, em torno das enormes potencialidades econômicas e agrícolas do país e de sua posição territorial estratégica.
A Ucrânia e seu povo não esquecem as atrocidades que a elite central da antiga União Soviética, sob a batuta de Stalin, impôs para consolidar a revolução comunista cuja face de despotismo e crueldade sempre caracterizou a aplicação do regime.
O ato de demolição da estátua, a maior da Europa, do ícone revolucionário, reflete, entre manifestações semelhantes em várias outras partes, esse profundo ressentimento e descaracteriza o que de virtuoso os mandarins do Kremlin tentaram vender ao resto do mundo desde 1917.
Aqui no nosso nicho abaixo do equador, pode-se imaginar o constrangimento da nossa esquerda, tanto a caviar como a avatar - espíritos que às vezes corporificam- toda vez que se divulgam demonstrações de frustração em relação ao comunismo em qualquer país onde vigorou e nos que ainda vigora em sua forma mais pura.
O pior é que a ameaça de vitória do partido do governo nas eleições presidenciais, coloca o país à beira de um socialismo caboclo, ineficiente, que certamente vai condená-lo a um acachapante atraso. E pensar que tudo está nas mãos de um eleitorado tangido e despreparado.
Preparemo-nos.
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.
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