Fraude eleitoral à vista?
01 de outubro de 2014
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
Até quinta-feira que vem, dia 2 de outubro, lobistas, grandes empresários e estrategistas de campanha terão a valiosa confirmação de quem tem chances efetivas de ganhar e perder a eleição presidencial brasileira. Os petistas nunca estiveram tão apreensivos, contrariando as pesquisas amestradas que apontam o triunfo reeleitoral de Dilma Rousseff. De acordo com essas enquetes, indutoras do voto, a Presidenta pode vencer até no primeiro turno! Isto é incrível!
Analistas com um mínimo de bom senso avaliam que a vitória fácil de Dilma logo no primeiro só é possível se houver fraude eleitoral. Seja pela manipulação do resultado em um sistema eletrônico de votação dogmático, sem chance de auditoria e recontagem impressa de voto - nem por amostragem. Ou pela costumeira e vergonhosa compra de votos nos grotões de pobreza, onde muitos eleitores fantasmas assombram o pleito, junto com outros que têm títulos eleitorais duplicados. Tal denúncia já foi feita, mas o País da piada pronta nada leva a sério.
Apesar da marketagem com a numerologia claramente manipulada das pesquisas, a eleição parece estar aberta, com a ligeira vantagem de Dilma Rousseff, que tem a máquina a favor dela e recursos financeiros sem fim para torrar na campanha – inclusive na compra de votos, “investimento” que varia de R$ 90 a R$ 120 reais por eleitor que se vende por grana ou outros favores clientelistas. Na esgotosfera eleitoreira, comenta-se, abertamente, que prefeitos de pequenos municípios que conseguirem juntar de três a cinco mil votos de cabresto ganham de presente até caminhonetes Hilux da Toyota...
Tirando os eleitores fanáticos ou os comprados por algum candidato, a maioria do eleitorado parece não confiar muito em nenhum dos presidenciáveis. A falta de opção eleitoralmente saudável é a tônica do pleito presidencial de 2014. Pelo menos 60% dos eleitores querem mudanças. Dilma tem um índice de reprovação superior a 50%. Sorte dela é a divisão da chamada “oposição” que segue uma linha ideológica muito parecida, “de esquerda” (ou de canhota), indo do socialismo à social democracia, porém variando no grau de demagogia, populismo e corrupção.
Resumindo, o quadro eleitoral e conjuntural é escatológico. O Brasil só “vai bem” na propaganda governamental. Os indicadores reais indicam que o País está prestes a encarar uma das mais graves crises econômicas da história. A indústria patina. O comércio exterior enfrenta dificuldades. Os lucros das empresas – excetuando-se as financeiras – diminui. O comércio interno se retrai. O crédito fica cada vez mais caro. O desemprego aumenta. A inadimplência cresce. A desesperada ortodoxia leva os juros a subirem. O câmbio fica volátil, e o real se desvaloriza. A bolsa oscila especulativamente. O tal do mercado endoida. A mídia amestrada reproduz bobagens. Ninguém entende porra nenhuma. Mas vota – mais errado que certo -, na ilusão de “mudança”.
Na república Sindicalista do Brazil, sob regime Capimunista, está valendo a lição do economista norte-americano Thomas Sowell, na obra “Is Reality Optional?: And Other Essays (1993, p. 131)”: "A primeira lição da economia é a escassez: nunca há o bastante de algo para satisfazer todos aqueles que o querem. A primeira lição da política é ignorar a primeira lição da economia”. Nossos políticos seguem isso com perfeição. O eleitorado apoia, comodamente... O político corrompe e o eleitor se deixa corromper. Eis o crime perfeito.
O mesmo Sowell, na obra “Barbarians Inside the Gates”, recomenda, com fina ironia: "Quando você quer ajudar as pessoas, conte a verdade. Quando você quer ajudar a si próprio, conte o que elas querem ouvir". Em “Knowledge and Decisions” (1980, p. 334), o economista dá outro recado valioso à turma de Bruzundanga: “É incrível como algumas pessoas acham que nós não podemos pagar médicos, hospitais e medicamentos, mas pensam que nós podemos pagar por médicos, hospitais, medicamento e toda a burocracia governamental para administrar isso."
A crise é ofensiva, e nós insistimos em jogar na defensiva. É alto o risco de perder de goleada. Como de mal costume, imitamos o cachorro que corre atrás do próprio rabo, chegando sempre em último lugar na competição imaginária. A tal recessão técnica, em um País que não cresce e se desenvolve como deveria e poderia, é a véspera de uma crise braba. Não temos poupança para crescer, e o empreendedor está nas mãos dos banqueiros – hábeis em lucrar emprestando o dinheiro dos outros e rolando a impagável dívida dos governos gastadores.
Os maus hábitos não se alteram. O Brasil gasta mais que arrecada. Aliás, bate recordes de arrecadação graças à carga tributária absurda. A contrapartida estatal em investimentos sociais e logísticos é sempre uma promessa descumprida pela incompetência e pela roubalheira. O tal do “custo Brasil” é altíssimo com a infraestrutura ruim e os 56 (ou mais) impostos que penalizam quem produz. Empreender neste cenário é maluquice. Pragmaticamente, parece mais fácil especular e roubar...
O cagaço do PT é por toda esta conjuntura doida. A cúpula petralha sabe que a vitória agora pode significar uma derrota depois. Acontece que, mesmo assim, a orientação tática é ganhar tempo e seguir aparelhando a máquina pública, sugando-a até onde e quando der. A ordem é não largar o osso. O azar deles é que a carne, apodrecida pela corrupção, começa a se desprender. E o núcleo de poder começa a se engolir, autofagicamente. Quando a Dilma promete que, se reeleita, vai combater a corrupção, ela manda um recado aos aliados de que vai se livrar de quem hoje a atrapalha...
Enquanto tudo isso acontece, os ocupantes do poder seguem caminhos divergentes. Uns, talvez mais idealistas e ideológicos, querem implantar no Brasil o socialismo bolivariano receitado pelo Foro de São Paulo: a velha fórmula comunista que não deu certo em lugar algum do planeta. Outros, mais pragmáticos, querem usar e abusar do poder estatal para enriquecer. Outros, mais realistas, querem o poder apenas para satisfazer suas vaidades. O futuro do Brasil e dos brasileiros, para todos eles, fica em plano secundaríssimo...
Por conveniência, a Dilma prefere encarar a prima Marina no segundo turno. Marina parece em queda, depois dos violentos ataques petistas. Aécio Neves é a dúvida: conseguirá melhorar o desempenho para enfrentar a Dilma no segundo turno. O jogo continua escancarado. Só na quinta-feira que vem os marketeiros e lobistas esperam ter uma previsão mais concreta do que acontecerá a partir do dia 5 de outubro... Segundo turno é outra eleição...
Assim seremos obrigados a comparecer às urnas eletrônicas, para a dedada fatal, no domingo que vem. O risco de fraude eleitoral é altíssimo. Todos farão de tudo para faturar a Presidência da República Capimunista do Brazil. Assim seremos obrigados a comparecer às urnas eletrônicas, para a inconfiável dedada fatal, no domingo que vem.
(In)segurança do voto eletrônico no Brasil
Vale muito a pena ler com atenção o artigo (In)segurança do voto eletrônico no Brasil, escrito por Diego Aranha, Marcelo Karam, André de Miranda e Felipe Scarel.
Foi publicado das páginas 117 a 133 dos Cadernos Adenauer XV - 2014, Número 1.
Os especialistas apontam as vulnerabilidades e as recomendações para contorná-las, mas o Tribunal Superior Eleitoral, em uma visão incompreensivelmente dogmática, prefere recusar um debate público sobre o assunto, propagandeando a infalibilidade do sistema eletrônico de votação no Brasil.
(In)segurança do voto eletrônico no Brasil
Vale muito a pena ler com atenção o artigo (In)segurança do voto eletrônico no Brasil, escrito por Diego Aranha, Marcelo Karam, André de Miranda e Felipe Scarel.
Foi publicado das páginas 117 a 133 dos Cadernos Adenauer XV - 2014, Número 1.
Os autores apresentam um conjunto de vulnerabilidades no software da urna eletrônica que permitiu a recuperação eficiente, exata e sem deixar vestígios dos votos em ordem registrados eletronicamente, derrotando o único mecanismo de proteção do sigilo do voto utilizado pelo software de votação.
Sem surpresas...
Sem novidades...
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!
01 de outubro de 2014
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
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