"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

RODRIGO CONSTANTINO, O APRESSADO


Pombas! Eu estava começando a escrever sobre a coluna de hoje do Verissimo e, ao dar uma olhada no blog do Rodrigo, ele já havia escrito tudo que eu tinha a dizer. Só me resta reproduzir o “apressadinho”.
 
A omelete de Verissimo
 
Em sua coluna de hoje, Verissimo pretende fazer uma distinção entre os revolucionários do bem e os que buscam a quebradeira pela quebradeira. O simpático cronista não tem nada contra a quebradeira, pelo visto, desde que ela tenha como objetivo uma revolução “boa”, no seu caso socialista. Vejam:
 
Toda morte é prematura, mas algumas doem mais do que outras, nos que ficam. Até hoje os amigos lamentam a falta que faz a inteligência aguda do José Onofre, que partiu cedo demais. Foi o Onofre que, certa vez, reagindo à velha máxima de que não se pode fazer omelete sem quebrar ovos usada para justificar toda sorte de violência, disse: “É, mas tem gente que não quer fazer omelete, gosta é de ouvir o barulhinho de cascas de ovos se quebrando” Segundo o Zé, era preciso distinguir o sincero desejo de revolução ou mudança da busca do crec-crec pelo crec-crec.
 
Na véspera das manifestações anunciadas para o dia sete, e ainda no rescaldo das manifestações passadas, a distinção é vital. E não parece difícil: a turma do crec-crec é a turma do quebra-quebra, identificada pelos rostos tapados, ou pelo cuidado em não ser identificada. Mas não é tão simples assim, há mascarados com boas causas e caras limpas que só estão ali pela baderna, os aficionado do crec-crec como espetáculo de rua.
 
E, como um complicador a mais, há a natureza indefinida das ometeles pretendidas. “Abaixo tudo!”, como li num dos cartazes sendo carregados em junho, tem a virtude da síntese mas não parece ser uma reivindicação viável. Li que a extrema direita pretende encampar a megamanifestação de sábado e que seu objetivo - uma omeletaça - é derrubar a Dilma.
 
De qualquer maneira, pode-se prever mais algumas cabeças sendo quebradas, como cascas de ovos, nas manifestações contra tudo e a favor de, do, da… - enfim, depois a gente vê - que vêm por aí.
 
Talvez seja masoquismo, talvez seja necessidade de conhecer melhor as estratégias do inimigo; mas o fato é que sempre leio as colunas de Verissimo. E passei a detectar facilmente sua real intenção jogada em meio a coisinhas aparentemente engraçadas e leves.
 
No caso de hoje, o trecho que destaquei em negrito é sua mensagem. Verissimo tenta associar os vândalos do quebra-quebra à “extrema direita”, cujo objetivo seria derrubar Dilma, ou seja, um golpe. Resta perguntar: que extrema direita é essa, cara pálida?
 
Ao contrário de Verissimo, não acho que a omelete justifique quebrar os ovos. Não apoio a violência revolucionária como meio para minha omelete liberal. Verissimo inocenta os que quebram coisas com boas intenções. Eu não. Eis mais um abismo intransponível entre socialistas e liberais.
 
05 de setembro de 2013

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