Charge do Mauricio Rett, reprodução do Arquivo Google |
Há uma semana chamamos a atenção do leitor para a blitz desenvolvida na mídia pelo ex-presidente Fernando Henrique. Uma atuação digna de candidato para valer à presidência da República, porque jamais alguém frequentou tanto assim jornais, televisões, rádios, redes sociais e toda a parafernália eletrônica posta à sua disposição por razões mais do que óbvias. Dele fluem palpites sobre os assuntos mais variados, como se fosse o maestro de todas as orquestras e o capitão de todos os times. Seu objetivo inicial parece ser anular os três tucanos que perdem tempo na definição do preferido do PSDB. Imagina-se o quartus nessa disputa que se segue à demolição do PT. Não obstante estar na década dos oitenta anos de idade, comporta-se como um garotinho pleno de energia.
É claro que o sociólogo segue um organograma minucioso, impulsionado pela ambição do retorno. Por que não? Afinal, apanhou durante treze anos e agora imagina-se na condição de quem remou por tanto tempo contra a maré e agora surfa num tsunami capaz de favorecê-lo. Seria um despropósito, mas é assim que o processo se desenvolve, facilitado pelo eclipse dos companheiros. Não se negará o direito de FHC imaginar-se outra vez no Planalto, completando a trajetória interrompida pelos anos Lula. Dependesse dele e terminaria de vez com o capítulo das esquerdas no poder.
Resta saber onde as coisas vão dar. Michel Temer estimula a aliança, mesmo sabendo dos perigos do racha cada vez mais evidente na população.
19 de outubro de 2016
Carlos Chagas
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