"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

CAVENDISH, DA DELTA, VAI DENUNCIAR CABRAL E OS CACIQUES DA PSDB E PMDB

Cavendish fazia parte da famosa “turma do guardanapo”

Dono da construtora Delta Engenharia, o empresário Fernando Cavendish negocia um acordo de delação premiada em que promete detalhar suposto esquema de pagamento de propinas a políticos do PSDB e do PMDB, de acordo com informações do jornal “O Estado de S. Paulo”. Um dos beneficiados pelo esquema seria o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB). Cavendish também mencionou irregularidades no Rio de Janeiro. Sua relação com o governador Sérgio Cabral (PMDB) e desvios teriam garantido contratos —entre eles, a participação no consórcio que reformou o Maracanã.

A proposta de delação, que foi apresentada para o Ministério Público Federal do Rio de Janeiro e para a Procuradoria-Geral da República, acontece no âmbito da Operação Saqueador, que investiga irregularidades em repasses de recursos públicos e fraudes nas obras da empreiteira.

Cavendish foi alvo da operação em junho, quando ele e o empresário Carlinhos Cachoeira foram presos preventivamente. Ambos receberam habeas corpus do STJ (Superior Tribunal de Justiça) em agosto e cumprem prisão domiciliar.

MARGINAL TIETÊ – Ainda segundo o jornal, Cavendish deve detalhar pagamentos indevidos de R$ 71 milhões na obra de ampliação da Marginal Tietê, realizada entre 2009 e 2011 por meio de um convênio firmado entre o governo do Estado, então nas mãos de José Serra (PSDB), e a Prefeitura, que era governada por Gilberto Kassab (PSD).

Quanto ao Rio de Janeiro, os documentos apresentados por Cavendish comentariam em detalhes sua relação com o governador do Estado, Sérgio Cabral (PMDB).

A Delta teria praticado desvios para obter contratos de obras como a reforma do Estádio do Maracanã e do Parque Aquático Mária Lenk, sede da Olimpíada Rio-2016, e a transposição do rio Turvo.

GOIÁS E DNIT

Além das irregularidades em São Paulo e no Rio, o acordo de delação citaria desvios de ao menos R$ 276 milhões em Goiás, tanto em contratos com o governo de Marconi Perillo (PSDB) quanto em acordos com municípios.

Cavendish também apresenta, na proposta de colaboração, detalhes sobre pagamentos indevidos relacionados a contratos firmados com o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) para obras em ao menos quatro rodovias federais.

Ao jornal “O Estado de S. Paulo” o senador Aloysio Nunes Ferreira negou ter relações com Cavendish. Sérgio Cabral, por meio da assessoria de imprensa, afirmou que não vai fazer comentários, assim como o advogado Antônio Sérgio de Moraes Pitombo, que defende Cavendish. Perillo negou as acusações. A Procuradoria-Geral da República informou que não comenta negociações para delação.


19 de outubro de 2016
Deu na Folha

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