"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 2 de julho de 2016

RENAN, ACIMA DE QUALQUER SUSPEITA, QUER PUNIR EXCESSOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO



Charge do Paixão, reprodução da Gazeta do Povo
Investigado na Operação Lava Jato, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), quer desengavetar um projeto que prevê punições para abuso de autoridade. O projeto define, por exemplo, os crimes cometidos por integrantes da administração pública, inclusive do Ministério Público e prevê punições que vão desde o pagamento de indenizações às vítimas dos abusos até a perda do cargo público.
O texto com 45 artigos também proíbe o uso de algemas quando não houver resistência à prisão e considera abuso de autoridade ameaçar alguém para que deponha sobre fatos que possam incriminá-lo. Também fala em preservar a honra e a intimidade da pessoa indiciada em inquérito policial.
O projeto ainda determina penas para autoridades que divulgarem, “antes de instaurada a ação penal, relatórios, documentos ou papeis obtidos como resultado de interceptação telefônica, de fluxo de informação informática ou telemática (…) de escuta ambiental”.
JUCÁ PRESIDE COMISSÃO – O objetivo de Renan é que o projeto seja aprovado no plenário do Senado até 13 de julho. Antes disso, o projeto passará por uma comissão especial cujo presidente será o senador Romero Jucá (PMDB-RR), outro investigado na Lava Jato.
Renan diz que o o projeto, proposto em 2009, é um pedido do STF (Supremo Tribunal Federal) e havia sido arquivado pela Câmara. Ele negou que a prioridade dada à proposta tenha relação com a Lava Jato e voltou a dizer que “ninguém vai interferir” no curso da operação.
“O discurso de que algumas pessoas querem interferir, é político. A operação está caminhando, tem muita gente presa e hoje tem muita pressão da sociedade para que as coisas se esclareçam”, disse.
COBRANÇA DO SUPREMO – “Tínhamos uma cobrança do STF (Supremo Tribunal Federal) e, como a Câmara não deu andamento à questão, resolvemos trazê-lo para cá. O mesmo texto apresentado lá vai tramitar no Senado”, explicou Renan.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, chegou a pedir a prisão de Renan e Jucá depois de serem flagrados em conversas com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. O STF negou o pedido.
Nas conversas, Jucá chegou a falar em um pacto para barrar a Lava Jato. Renan também tem feito críticas às delações premiadas feitas por delatores que estão presos.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– A matéria está incompleta e não revela quem apresentou o projeto, se foi o governo Lula ou algum parlamentar. Esse “importação” de projeto da Câmara pelo Senado é mais estranha do que a decisão de Dias Toffoli para soltar Paulo Bernando. O mais grave é Renan alegar que o projeto é “cobrança” do Supremo, que em 2009 era presidido por Gilmar Mendes. Os jornalistas deviam entrevistar o ministro para conferir se ele teria feito esse pedido em seu próprio nome ou em nome do tribunal. Mas é óbvio que nada disso aconteceu. (C.N.)


02 de julho de 2016
Mariana Haubert
Folha

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