Operação Sépsis: nova fase da Lava-Jato expõe as entranhas da corrupção sistêmica
A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (1) a Operação Sépsis, nova fase da Operação Lava-Jato, e prendeu o doleiro Lúcio Bolonha Funaro, ligado ao deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente afastado da Câmara. A PF também cumpre mandados de busca e apreensão no grupo JBS Friboi e na casa do lobista Milton Lira, ligado ao presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL).
De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o nome de Lira apareceu em um documento encontrado na casa de Diogo Ferreira, ex-chefe de gabinete do ex-senador Delcídio Amaral. No documento havia uma citação de que Lira atuara junto a parlamentares peemedebistas em favor do Banco BTG Pactual. É importante lembrar que André Esteves, dono do BTG, foi preso na mesma fase da Lava-Jato que levou Delcídio à prisão.
Autorizada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, a Operação Sépsis teve como base o acordo de colaboração premiada de Fábio Cleto, ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal, ligado a Eduardo Cunha e a outros próceres do PMDB. Especula-se que foi a partir da delação de Cleto que veio à tona a conta bancária na Suíça que levou o peemedebista Henrique Eduardo Alves a pedir demissão do Ministério do Turismo.
Em relação ao JBS Friboi, policiais fizeram busca e apreensão na casa do empresário Joesley Batista. Em depoimento de colaboração premiada, Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, afirmou ter ouvido de alguns senadores que o grupo JBS faria uma doação de R$ 40 milhões para abastecer o caixa de campanhas de candidatos peemedebistas ao Senado. O detalhe que preocupa é que “ouvi dizer” não representa prova ou índício de crime.
Lúcio Funaro é figura conhecida no Congresso e enfrentou problemas por ocasião da CPMI dos Correios, quando foi obrigado a explicar aos parlamentares os motivos que o levaram a pagar o aluguel de um flat, em Brasília, utilizado por Eduardo Cunha. Fora isso, Funaro pagou, em 2012, por meio de empresas, dois carros (Hyundai Tucson e Land Rover Freenlander) a Cunha, operação que custou R$ 180 mil. O doleiro e o presidente afastado da Câmara agiram em conjunto no Parlamento para extorquir o Grupo Schahin no caso de uma dívida.
Alvo do Mensalão do PT, Lúcio Bolonha Funaro operava nos bastidores da política em dupla com Valdemar da Costa Neto, o “Boy”. Funaro revelou às autoridades, em 2005, que o petista João Vaccari Neto cobrava propina para intermediar negócios com fundos de pensão comandados por “companheiros” de partido. Nesse ponto ficou confirmado a conexão entre o escândalo do Mensalão do PT e a finada Bancoop.
Funaro presenciou tal cobrança em reunião com o próprio Vaccari e Valdemar Costa Neto, que foi condenado no processo do Mensalão do PT. “Ele (Vaccari) cobra 12% de comissão para o partido”, disse Funaro. “Ele (Vaccari) chamava o Delúbio de ‘professor’. É homem do Zé Dirceu. Faz as operações com fundos grandes – Previ, Funcef, Petros…”, delatou o doleiro.
02 de julho de 2016
ucho.info
A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (1) a Operação Sépsis, nova fase da Operação Lava-Jato, e prendeu o doleiro Lúcio Bolonha Funaro, ligado ao deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente afastado da Câmara. A PF também cumpre mandados de busca e apreensão no grupo JBS Friboi e na casa do lobista Milton Lira, ligado ao presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL).
De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o nome de Lira apareceu em um documento encontrado na casa de Diogo Ferreira, ex-chefe de gabinete do ex-senador Delcídio Amaral. No documento havia uma citação de que Lira atuara junto a parlamentares peemedebistas em favor do Banco BTG Pactual. É importante lembrar que André Esteves, dono do BTG, foi preso na mesma fase da Lava-Jato que levou Delcídio à prisão.
Autorizada pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, a Operação Sépsis teve como base o acordo de colaboração premiada de Fábio Cleto, ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa Econômica Federal, ligado a Eduardo Cunha e a outros próceres do PMDB. Especula-se que foi a partir da delação de Cleto que veio à tona a conta bancária na Suíça que levou o peemedebista Henrique Eduardo Alves a pedir demissão do Ministério do Turismo.
Em relação ao JBS Friboi, policiais fizeram busca e apreensão na casa do empresário Joesley Batista. Em depoimento de colaboração premiada, Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, afirmou ter ouvido de alguns senadores que o grupo JBS faria uma doação de R$ 40 milhões para abastecer o caixa de campanhas de candidatos peemedebistas ao Senado. O detalhe que preocupa é que “ouvi dizer” não representa prova ou índício de crime.
Lúcio Funaro é figura conhecida no Congresso e enfrentou problemas por ocasião da CPMI dos Correios, quando foi obrigado a explicar aos parlamentares os motivos que o levaram a pagar o aluguel de um flat, em Brasília, utilizado por Eduardo Cunha. Fora isso, Funaro pagou, em 2012, por meio de empresas, dois carros (Hyundai Tucson e Land Rover Freenlander) a Cunha, operação que custou R$ 180 mil. O doleiro e o presidente afastado da Câmara agiram em conjunto no Parlamento para extorquir o Grupo Schahin no caso de uma dívida.
Alvo do Mensalão do PT, Lúcio Bolonha Funaro operava nos bastidores da política em dupla com Valdemar da Costa Neto, o “Boy”. Funaro revelou às autoridades, em 2005, que o petista João Vaccari Neto cobrava propina para intermediar negócios com fundos de pensão comandados por “companheiros” de partido. Nesse ponto ficou confirmado a conexão entre o escândalo do Mensalão do PT e a finada Bancoop.
Funaro presenciou tal cobrança em reunião com o próprio Vaccari e Valdemar Costa Neto, que foi condenado no processo do Mensalão do PT. “Ele (Vaccari) cobra 12% de comissão para o partido”, disse Funaro. “Ele (Vaccari) chamava o Delúbio de ‘professor’. É homem do Zé Dirceu. Faz as operações com fundos grandes – Previ, Funcef, Petros…”, delatou o doleiro.
02 de julho de 2016
ucho.info
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