"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 14 de junho de 2016

TEORI ZAVASCKI ENVIA PROCESSOS DE LULA A CURITIBA E COLOCA PETISTA A UM PASSO DA PRISÃO



Relator no Supremo Tribunal Federal (STF) dos processos decorrentes da Operação Lava-Jato, os quais estão emoldurados pelo chamado “foro privilegiado”, o ministro Teori Zavascki remeteu ao juiz Sérgio Moro os processos em que o ex-presidente Lula aparece como investigado: o do sítio Santa Bárbara, em Atibaia, no interior de São Paulo, e o do apartamento triplex em Guarujá, no litoral paulista.

No mesmo despacho, Teori, em tom duro, anulou as gravações entre Lula e a presidente afastada Dilma Rousseff, em que a petista diz ao antecessor que o termo de posse (como chefe da Casa Civil), elaborado às pressas, estava sendo enviado ao ex-metalúrgico para ser usado apenas em caso de urgência. O ministro alegou em sua decisão que Sérgio Moro usurpou a competência do STF ao tornar públicas as gravações envolvendo Dilma, que detém foro especial por prerrogativa de função.

Contudo, considerando que a mencionada gravação configura tentativa de obstrução aos trabalhos da Justiça, Zavascki manteve no STF o caso envolvendo Dilma, mas ainda não abriu inquérito para apurar o crime.

A anulação da mencionada gravação, cujo conteúdo você confere ao final da matéria, em nada prejudica a investigação sobre o lobista-palestrante, que à época dos fatos tentou se valer do foro privilegiado para escapar de iminente pedido de prisão. Como o governo Dilma está afastado temporariamente e Lula sequer conseguiu assumir o posto de ministro de Estado, a situação do ex-presidente é a mesma de antes.

Com a decisão do ministro-relator, Lula volta a correr risco de ser preso a qualquer momento, em especial porque os ex-presidentes da OAS e da Odebrecht, Léo Pinheiro e Marcelo Odebrecht, respectivamente, estão dispostos a revelar o que sabem sobre o maior esquema de corrupção da história, o Petrolão. E os imbróglios mencionados passam obrigatoriamente por ambas as empreiteiras.

Os casos envolvendo os dois imóveis, cuja propriedade é negada por Lula, são polêmicos, cheios de contradições e colocam o petista em situação de extrema dificuldade. Isso porque muitas das explicações preliminares prestadas por Lula carecem de convencimento. Ao mesmo tempo em que se desfazem diante dos resultados das investigações.

Ciente de que Teori Zavascki a qualquer momento poderia remeter as investigações ao juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Lula reforçou sua defesa com a contratação do criminalista Roberto Batochio, que passa a atuar em conjunto com o escritório de advocacia de Roberto Teixeira, compadre do ex-metalúrgico e até então único responsável por defendê-lo.

Também sabendo da possibilidade de Zavascki decidir pela remessa dos autos a Curitiba, Lula concedeu entrevista à rede de televisão Al Jazeera, na qual disse que a força-tarefa da Lava-Jato tenta convencer empresários envolvidos no Petrolão a incriminá-lo.

“Eles estão coagindo os empresários a comprometer o Lula, dizer que o Lula participou. Até agora, não estou sendo processado, não fui indiciado. Quero saber qual é o momento que eles vão tentar me criminalizar. Tenho tranquilidade, duvido que algum procurador, que algum delegado da polícia, seja mais honesto que eu, mais ético que eu, nesse País”, disse o petista, que mais uma vez tentou “vender” a ideia de que é vítima, quando na verdade é o principal responsável pelo maior escândalo de corrupção da História.

Em 29 de agosto de 2014, o UCHO.INFO afirmou, sem medo de errar, que a Operação Lava-Jato não demoraria muito para subir a rampa do Palácio do Planalto, alcançando não apenas os principais gabinetes, mas alguns dos ilustres visitantes da sede do governo. Por mais que na opinião dos brasileiros esse avanço tenha demorado, dezoito meses é um tempo considerado curto para se investigar um ex-presidente da República, especialmente no âmbito de um escândalo tão intrincado quanto o Petrolão.

Se o juiz Sérgio Moro manterá a decisão anterior de expedir mandato de prisão contra Lula não se sabe, mas é certo que as investigações reuniram provas em quantidade mais que suficiente para que isso ocorra. Resta saber se a força-tarefa da Lava-Jato mostrará à opinião pública o seu destemor diante das supostas tentativas de esvaziamento das investigações ou se apequenará no rastro da pressão exercida por Lula e seus quejandos.

Ademais, não se pode esquecer que a eventual prisão de Lula coloca por terra a esperança do PT de renascer das cinzas, ao mesmo tempo em que aditiva as revelações de muitos delatores. Afinal, com o chefão atrás das grades, nada mais merece ser escondido.

14 de junho de 2016
ucho.info

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