Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e responsável por comandar a fase final do processo de impeachment de Dilma Rousseff, o ministro Ricardo Lewandowski aceitou recurso apresentado pela tropa de choque da petista e autorizou a realização de perícia independente nas chamadas “pedaladas fiscais” e nos decretos não numerados que abriram crédito suplementar sem a devida autorização do Congresso Nacional.
Na última semana, o presidente e o relator da Comissão Especial do Impeachment, senadores Raimundo Lira (PMDB-PB) e Antonio Anastasia (PSDB-MG), respectivamente, concordaram com o pedido da defesa de Dilma, mas o pleito acabou rejeitado pela maioria dos integrantes do colegiado.
Por ocasião do pedido, senadores favoráveis ao impeachment alegaram que a perícia técnica era mais uma manobra da defesa para procrastinar o processo. Por outro lado, os defensores de Dilma Rousseff alegaram cerceamento de defesa e questionaram: “Por que têm tanto medo de perícia?”.
Em seu despacho, Lewandowski destacou que a perícia não comprometerá o cronograma estabelecido pela comissão, pois a análise técnica será realizada simultaneamente a outros atos do colegiado. A Um eventual atraso no processo era o receio da base aliada de Michel Temer.
O ministro também ressaltou que o deferimento do pedido evitará que a defesa de Dilma recorra no futuro ao STF, já que a proibição da perícia “poderia colocar em risco a higidez jurídica deste que, certamente, constitui um dos julgamentos de maior repercussão do País”.
Na verdade, os petistas desejam não apenas atrasar ao máximo o processo de impeachment, mas fazer com que o discurso do golpe aproxime-se do período eleitoral, pois o partido teme uma derrota fragorosa nas urnas de outubro próximo.
A decisão de Ricardo Lewandowski é mais um capítulo a favor de Dilma, que continua rodar o Brasil a reboque do discurso do golpe e com a esperança de poder voltar ao Palácio do Planalto.
Enquanto os discursos enfadonhos se repetem, dia após dia, na Comissão Especial do Impeachment, a defesa de Dilma ganha tempo acreditando que uma manobra radical de bastidor poderá reverter o quadro, que aponta na direção do impedimento.
Integrantes do staff do governo interino de Michel Temer já trabalham com o cenário de afastamento definitivo de Dilma Rousseff. No Palácio do Planalto há quem garanta que o impeachment será aprovado por mais de 59 votos.
14 de junho de 2016
ucho.info
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