"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

RECEITA FEDERAL TEM O MAPA DO PROPINODUTO DA PETROBRAS


Relatório da Receita Federal mostra como parte do dinheiro que saiu da Petrobras para pagamento ao Consórcio Nacional Camargo Correa para a construção da refinaria Abreu e Lima caiu em uma das contas da MO Consultoria, uma das empresas do doleiro Alberto Youssef. O documento aponta que o consórcio liderado pela Camargo Correa, uma das sete maiores empreiteiras do país, pagou R$ 26 milhões para a MO entre 2009 e 2013. Os pagamentos teriam sido feitos em operações triangulares com a Sanko Sider e a Sanko Serviços. Segundo a polícia, a MO é uma empresa fictícia e teria sido criada apenas para lavagem de dinheiro.
 
O relatório com o fluxograma do dinheiro serviu de base a uma das denúncias do Ministério Público Federal contra o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, contra Youssef e mais oito supostos cúmplices dos dois. Na semana passada, o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba acolheu a denúncia e abriu processo contra os acusados. Na segunda etapa da investigação, a Polícia Federal deverá concentrar a apuração sobre a Camargo e outras empresas que fizeram repasses a MO.
 
De 2009 a 2013, a Camargo Correa e outras empresas vinculadas a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco repassaram R$ 90 milhões a MO de Youssef, conforme mostrou o GLOBO na edição de ontem. Pelo laudo da polícia, em 2009, a Petrobras pagou R$ 1.029 bilhão ao consórcio da Camargo Correa encarregada da execução de parte das obras da Abreu e Lima. A partir daí, a Camargo transferiu R$ 3,6 milhões para a Sanko Sider Com. Imp Exportação. Na sequência a Sanko repassou R$ 3,1 milhões para a MO.
 
Em 2010, a Petrobras repassou mais R$ 919 milhões para o consórcio da Camargo. O consórcio transferiu, então, R$ 8 milhões para Sanko Sides, que transferiu R$ 2,5 milhões para a MO. A Sanko Sider transferiu ainda mais R$ 935 mil para a empreiteira Rigidez e R$ 1,7 milhão para a Muranno Brasil Marketing, estas duas últimas empresas também suspeitas de serem ligadas a Youssef. Na continuidade dos repasses em em operações triangulares, a Petrobras pagou R$ 513 milhões a Camargo, que repassou R$ 16,3 milhões para a Sanko Sider e R$ 11,5 milhões para Sanko Serviços. Deste total, R$ 18,1 caíram na conta da MO.
 
Em 2012, a Petrobras desembolsou R$ 472 milhões. A Camargo repassou R$ 28,7 milhões para a Sanko Sider e R$ 2,9 milhões para a Sanko Serviços. A partir daí o dinheiro foi repartido : R$ R$ 5,1 milhões foram para a MO, R$ 1,6 milhão para a empreiteira Rigidez e R$ 3,27 milhões para a Muranno Brasil Marketing. Auditores do Tribunal de Contas da União identificaram superfaturamento de mais de R$ 650 milhões nas obras do consórcio. Os dados do TCU também estão sendo usados como base para acusação contra Youssef, Costa e outros suspeitos de envolvimento com desvios de dinheiro da Petrobras. Em resposta ao jornal, a Camargo nega que tenha repassado dinheiro à s empresas de Youssef.
Em resposta ao GLOBO, a Camargo e Correa afirmou que “o consórcio CNCC não pode se responsabilizar por repasses feitos por terceiros a quem quer que seja. Jamais fez negócios ou repasses às empresas ou pessoas citadas. Apenas efetuou pagamentos à Sanko Sider por tubos comprados de acordo com contratos e necessidades da obra e a Sanko Sider é uma empresa certificada pela Petrobras”, disse.

(O Globo)

30 de abril de 2014
in coroneLeaks

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