O abandono de crianças e adolescentes até 15 anos, por pais viciados;
o espantoso número de homicídios que faz do país um dos líderes nesse tipo de crime em todo o mundo;
os roubos e furtos, com incidências também em ascensão;
a quantidade assustadora de armas e munições em poder dos bandidos;
a intimidação cada vez mais frequente de populações inteiras que vêem suas rotinas diárias alteradas, escolas obrigadas a interromper suas atividades, com o comércio recebendo ordens tentaculares de fechar as portas;
a ousadia dos grandes assaltos, sendo os ataques com explosivos a caixas fortes de bancos, os mais chocantes;
os constrangedores e apavorantes arrastões;
as manifestações, às vezes deflagradas por motivos injustificáveis, seguidas de incompreensíveis destruições de meios de transporte coletivo, comandadas não se sabe por quem, evidências da aguda falta de confiança da população na justiça e no poder público.
Estes são alguns dos panoramas desagradáveis que estão colocando o Brasil, às vésperas do maior acontecimento esportivo do planeta, no noticiário internacional e expondo sua verdadeira cara e suas mazelas, até então disfarçadas pela demagogia e falta de transparência do governo e da classe política, pródigos em discursos bravateiros que não convencem mais ninguém.
Muitas das verdadeiras causas de todo esse preocupante cenário convergem para o tráfico de drogas cujo fluxo encontra por aqui condições de se desenvolver, dada a leniência das leis , o desaparelhamento das forças de segurança e a enorme porosidade das fronteiras, desguarnecidas.
Se os vários setores da sociedade não se coordenarem para enfrentar o problema o quanto antes, com seriedade e de maneira responsável e corajosa, já que o tempo é aliado dos grandes contraventores e controladores do comércio ilícito, estaremos hoje colocando em risco a estabilidade das futuras gerações, nossos filhos e netos.
29 de abril de 2014
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.
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