Não adiantou o absurdo revisionismo culminando com a publicação de editorial que deve ter revoltado os fundadores do império de comunicação, os mesmos que onze anos depois continuavam a exaltar as conquistas do que hoje seus seguidores designam por "golpe".
Não adiantou a sacralização de atos e pessoas que nunca desejaram o que hoje estão a declarar que buscavam, a democracia.
Não adiantou a demonização de atores e de instituições militares, as mais sólidas dessa república periclitante, que carregaram sozinhas a responsabilidade de serem obrigadas a atender aos clamores de uma sociedade que se viu ameaçada de extinção.
Não adiantaram as inúmeras instalações de Comissões da Verdade, unidirecionais, verdadeiros arautos da parcialidade e do revanchismo.
Não adiantaram as montagens e colagens de fatos passados, sob forma de cadernos inteiros impressos e de matérias de vídeo, que objetivavam fazer a cabeça dos que não viveram aqueles tempos.
Não adiantou tentar esvaziar o indiscutível crescimento econômico e social obtido com os governos militares que se seguiram.
Não adiantou encobrir a sensação de que hoje a grande imprensa está domada pelo executivo e a ele submetida com perspectivas de demissões e perdas dos subsídios que a estão mantendo vivas numa corda bamba, ameaça à democracia, já por um fio, que um dia as hoje vítimas, no poder, diziam desejar.
Nada disso adiantou porque a opinião pública não se emocionou como esperavam os alquimistas do ódio, soube separar o joio do trigo, constatando , perplexa, que o grupo ressuscitado, composto de ex-terroristas, retratados como vítimas e heróis, está arrastando o país para o caos econômico e social, negando ao seu povo os serviços públicos básicos com qualidade minimamente digna.
Também não adiantou porque a sociedade consciente está vendo em todo esse movimento uma ópera bufa com números de contorcionismo de tigre de papel, repletos de posturas falsas e parciais e também porque há no ar. por parte de ponderável parcela da sociedade, um sentimento de apelo, devidamente encoberto pela imprensa revisionista, aos mesmos agentes que um dia salvaram o país, para que voltem a agir diante da corrupção que só cresce, dos gastos públicos com aparelhamento de instituições e instalação de incríveis 39 Ministérios, visando à eternização no poder, e das uniões com ditaduras decrépitas, há 50 anos condenando seus respectivos povos ao mais acachapante atraso.
Não adiantou...
02 de abril de 2014
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