Subcomissão vai apoiar campanha pela revisão da Lei de Anistia
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João Capiberibe relata projeto que exclui da anistia crimes de agentes públicos
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Marco Antonio Reis
João Capiberibe relata projeto que exclui da anistia crimes de agentes públicos
A Subcomissão da Verdade do Senado vai participar da campanha promovida pela Anistia Internacional pedindo a revisão da Lei de Anistia, informou nesta segunda-feira (31) o senador João Capiberibe, durante sessão que marcou os 50 anos do golpe civil e militar de 1964. A partir de 1º de abril e durante 50 dias, serão coletadas assinaturas online a favor da revisão da lei, editada ainda durante a Ditadura (28 de agosto de 1979).
Participaram da sessão, o ex-deputado e ministro no governo João Goulart, Waldir Pires, atual vereador em Salvador; o jornalista e exilado político José Maria Rabelo; a deputada federal Janete Capiberibe (PSB-AP), e o jornalista Luiz Cláudio Cunha, que desvendou a Operação Condor, um conluio entre aparatos repressivos dos países do Cone Sul.
Anistia
João Capiberibe é o relator, na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), de projeto do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que torna sem efeito a anistia no que se refere a crimes cometidos pelos agentes da repressão.
“Não se incluem entre os crimes conexos [definidos pela Lei de Anistia] aqueles cometidos por agentes públicos, militares ou civis, contra pessoas que, de qualquer forma, se opunham ao regime de governo vigente no período por ela abrangido”, estabelece o artigo 1º do PLS 237/2013.
O objetivo da proposta é superar o entendimento, já adotado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), de que crimes como os de tortura, sequestro e homicídio sejam considerados conexos aos crimes políticos e, portanto, abrangidos pela Lei de Anistia.
— A Lei da Anistia é de 1979. Foi aprovada, não como um resultado da campanha por anistia ampla geral e irrestrita, mas como uma imposição do regime militar e objetivou só um intento: atender aos interesses do regime naquele momento, que vendo o horizonte de abertura, queria anistiar os que cometeram crimes durante a ditadura — afirmou Randolfe Rodrigues, citando o coronel Paulo Malhães que, em depoimento à Comissão da Verdade, no Rio de Janeiro, admitiu ter torturado, matado e ocultado cadáveres de opositores do regime.
Embora o STF já tenha se manifestado pela manutenção da lei, entidades de direitos humanos ainda lutam pela revisão da anistia. Elas alegam que o crime de tortura é imprescritível, conforme tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário.
Além disso, o argumento de que houve crimes, cometidos pelos órgãos de repressão, após a Lei da Anistia. É o caso dos atentados contra a OAB e ao RioCentro, em 1980 e 81.
— Todos os torturadores do período da ditadura militar precisam ser punidos, para que nós possamos dar um basta à impunidade e refletir que ela não é um caminho para se construir a justiça social — disse a presidente da CDH, senadora Ana Rita (PT-ES).
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) criticou a postura das Forças Armadas, que se recusam a reconhecer os atos praticados por militares em serviço.
— A história do Brasil ainda está sequestrada pelo fato de que as nossas Forças Armadas se negam a dizer com clareza que foram outros que fizeram tudo isso, não a instituição, e reconhecer que esses outros merecem ser punidos, pelo menos aqueles que cometeram atos de tortura — afirmou.
História
Os senadores que participaram da sessão manifestaram preocupação com a reconstituição exata dos acontecimentos que antecederam o Golpe e da história da ditadura militar. O senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) combateu análises que buscam minimizar a violência do regime instalado em 1º de abril de 1964.
- A ditadura no Brasil foi bastante severa e promoveu a morte e o desaparecimento de muitos e além disso, fez com que muitos jovens se desinteressassem pela política, trazendo um prejuízo muito grande para as gerações seguintes – avaliou.
A própria realização de sessão para marcar os 50 anos do Golpe, bem como o ato de devolução simbólica do mandato do presidente João Goulart são, na avaliação dos senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), manifestações de respeito à verdade histórica.
- É bom que a sessão seja assim: singela, simples, mas com um enorme significado, o significado de que estamos aqui, 50 anos depois, para trazer a nossa palavra sobre um movimento que não é a revolução de 31 de março, mas é o golpe de 1º de abril – disse Simon.
02 de abril de 2014
Agência Senado
NOTA AO PÉ DO TEXTO
Há uma História que antecede a contra-revolução, e não como gostam alguns denominar, Golpe de Estado.
A contra-revolução, é preciso notar, foi uma consequência, não a causa.
Não há inocentes ou ingênuos, de uma parte ou de outra, no que se convencionou chamar "anos de chumbo", tendência dos grupelhos clandestinos esquerdistas da época, e que hoje se locupletam no poder, movendo 'forças' para quebrar a Lei da Anistia.
Não trata a tal Comissão da 'Verdade', de buscar esclarecer historicamente os fatos e acontecimentos da época, mas de revanchismo, de espírito punitivo de derrotados, de notório esforço que vem sendo empreendido de desmoralizar as Forças Armadas, não apenas sucateando o pátio militar, como se lê em diversos analistas políticos, mas de desmontar tradições, como a que assistimos na parada militar de 7 de setembro - a posição secundária dos oficiais generais no palanque presidencial.
Há toda uma história que realmente precisa ser contada, e que o aniversário da contra-revolução de 1964, começa a produzir frutos, livros que buscam analisar, com o distanciamento imprescindível para ponderar historicamente os fatos, e a isenção necessária para narrá-los - como o faz Carlos Chagas no livro A DITADURA MILITAR E OS GOLPES DENTRO DO GOLPE - 1964-1969 - reunindo e pesquisando a extensa coleta de notícias nos jornais de então. Assim também, comentários e análises de jornalistas.
Isenção e verdade, eis o que falta a Comissão da 'Verdade', com sabida parcialidade no trato dos fatos, e com a ligeireza eleitoreira e leviana que tem sido a marca petista.
O banner ilustrativo, bem que poderia ser aplicado a algum texto que se propusesse narrar os últimos dez anos do governo petista Lula-Dilma, que continua depredando a soberania, desconstruindo as grandes empresas nacionais, afrontando a Constituição e aparelhando o Estado, para alcançar finalidades obscuras que conduzam o país a 'bolivarização' das instituições. Ou a 'cubanização' do país...
m.americo
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