"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

31 DE MARÇO DE 1964

 
 

 
O dia 31 de março jamais deveria se esquecido pelo povo brasileiro - a exemplo do 7 de setembro.
 
Foi no dia 31 de março de 1964 que o Brasil se livrou de uma situação que poderia ter levado a Nação a uma ditadura nos moldes de Cuba. Disso, eu não tenho a menor dúvida!...
 
No dia 23 de fevereiro de 1964, eu estava em Belém do Pará, de férias, quando fui preso, espancado e torturado por um  tal de  Marco Antônio Mota,  filho do grande maestro paraense Alberto Mota. O meu crime, por aquela prisão arbitrária, foi ter comentado, em um programa da “Rádio Clube do Pará” (conhecida, na época, como PRC-5, então comandada pelo radialista Antonino Rocha), a situação em que vivia o Brasil: com greves, badernas, quebra de disciplina nos quartéis, ameaça de tomada de poder, e, até mesmo, uma possível implantação de um governo de esquerda. Eu apenas disse que temia aquela situação, uma vez que tínhamos, ao  lado de tudo, Cuba.
 
Por sinal, uma semana antes daquela minha entrevista, Fidel Castro havia mandado fuzilar dez (10) opositores, “informando” a todos, que aquela sua determinação era um recado: uma lição às demais repúblicas da América Latina.
 
Na noite do dia 23, fui preso pelo citado Marco Antônio, que me levou para uma sala onde funcionava a  Secretaria de Segurança Pública. O governo, na época, era Aurélio do Carmo - cassado, depois, pelos militares. Marco Antônio Mota me levou à presença do delegado Dantas Brasil, que, por sua vez, comandava a DIC (Delegacia de Investigação e Captura). Daí, e assim que entrei na sala daquele carrasco, o filho de Alberto Mota disse-lhe: “Esse é o homem!”. Em resposta, Dantas Brasil olhou-me de cima a baixo e me disse: “Você está falando demais!”. E como se não bastasse, deu-me uma bofetada. Pior! Na frente da minha mãe (Nair Neri Solano), que nada pôde fazer... Naquele momento, entendi tudo: lembrei-me da minha participação no programa “Bode Cheiroso”, apresentado por Antonino Rocha...
 
Fui solto no dia seguinte, por volta das 18h30, sem nenhuma formalização ou registro daquela minha prisão. Um jornalista amigo, Horário Siqueira, que cobria a atuação da Polícia Civil, no Pará, advertiu-me no sentido de que eu tomasse muito cuidado; pois, aquilo era uma ação de comunistas já atuantes em Belém. E, coincidência ou não, Marco Antônio Mota trabalhava para o PC, de quem, inclusive, recebia orientação.
 
Saí de Belém no dia 27 de março, escoltado por 4 soldados da 5ª Companhia de Guardas - que me levaram até a escada do avião. Apesar de tudo o que me havia acontecido, não calei: no dia seguinte, no mesmo programa de Antonino Rocha, eu disse que iria fazer uma denúncia, em Brasília, de tudo o que me havia acontecido. Disse e fiz! Quem me deu proteção foi o meu irmão, Emir Solano, que era militar e trabalhava, à época,  naquela unidade do Exército. Viajei  para Brasília, pela extinta “Paraense Transportes Aéreos”, justamente, para a minha alegria, no dia 31 de Março daquele ano. Tudo, quando acontecia uma ação das Forças Armadas que tiraram, do poder, gente pronta para dar um Golpe de Estado, e transformar o Brasil em uma ditadura comunista, nos moldes de Cuba.
 
Jamais me esquecerei os dias 23 de fevereiro e 31 de Março de 1964! Estes dois dias ficarão, para sempre, na minha memória. Não fosse a retirada daquela gente, do poder, as praças de cidades brasileiras, como as de Belém do Pará, por exemplo (onde me encontrava, em férias, com a minha família) teriam sido transformadas em palco de fuzilamentos; não tenho a menor dúvida sobre isto!
 
Essa é uma parte da minha história. Uma história que, com orgulho, sempre contarei para todo o Brasil!... Fique alerta, então, com os falsos democratas que hoje governam o nosso País. Eles não desistiram, e nunca desistirão, da ditadura de esquerda.
Viva as Forças Armadas! Viva o Brasil! Viva o “31 de Março de 1964”!

02 de abril de 2014
Luiz Solano é Jornalista.

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