Claro que a principal disputa de outubro será pelo palácio do Planalto, com prognósticos até agora favorecendo a reeleição da presidente Dilma. Logo em seguida vem a disputa entre o PT e o PMDB nas eleições para a Câmara dos Deputados. O partido que fizer a maior bancada elegerá o presidente da casa e controlará o Congresso. Os companheiros também se encontram de olho na maioria do Senado, mas sua atenção concentra-se na Câmara.
A briga pelo seu domínio está no bojo das tertúlias hoje verificadas entre os dois partidos, sob a falsa impressão de que se engalfinham para infernizar a presidente Dilma. Porque mesmo mantendo a segunda bancada entre os deputados, hoje o PMDB ocupa a presidência, com Henrique Eduardo Alves.
Trata-se de uma incongruência, que o PT engoliu. Agora, os petistas acordaram e vão com todo o ímpeto na busca de manter a supremacia em número de deputados, se possível ampliando-a.
O PMDB percebeu a manobra, identificando nela a tentativa de o PT dominar o governo do segundo mandato mais do que já domina o primeiro.
O objetivo dos petistas é ocupar toda a administração federal, deixando poucos espaços para os aliados, em especial o PMDB.
Assim se explica a rebelião dos últimos dias, com o deputado Eduardo Cunha na chefia do estado-maior do PMDB, até porque ele aparece como candidato prioritário do partido à presidência da Câmara. Seria um ferrinho de dentista nos planos do PT e da presidente Dilma, de domínio total.
Confirmando a oportunidade do ditado árabe de que “bebe água limpa quem chega primeiro na fonte”, o PMDB olha para 2018. Se o Lula vier a ser candidato, como deixa entender, para apoiá-lo os peemedebistas precisarão apresentar-se com ponderável cacife, no caso, as presidências da Câmara e do Senado.
Coisa que dependerá do próximo outubro, já que haverá a reeleição dos que forem escolhidos para o biênio 2015-16. Simples, apesar de complicado, se valer a contradição…
HIPÓTESE ESDRÚXULA
Uma vez ou outra aparecem na política especulações inviáveis. Uma delas, desta semana, é de que Aécio Neves gostaria de ter Fernando Henrique Cardoso como seu companheiro de chapa. Seria a unidade tucana entre Minas e São Paulo. Comenta-se que o ex-presidente teria dado seu aval.
Aqui para nós, dois galos num terreiro só fariam o horror das galinhas.
19 de março de 2014
Carlos Chagas
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