"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 19 de março de 2014

O CASO DA DEPUTADA VENEZUELANA MARIA CORINA MACHADO

Se a mulher não pensa como Dilma acha que deve pensar, ela não vê nada demais em que lhe chutem a cara, quebrem-lhe o nariz e lhe cassem o mandato. É tudo merecido!

Vejam esta foto.
 
 Maria Corina nariz quebrado
 
É do começo de maio do ano passado. Essa é a deputada oposicionista Maria Corina Machado. Parlamentares chavistas quebraram o nariz dela a chutes, enquanto estava caída, dentro da Assembleia Nacional. Já volto ao ponto. Antes, outras considerações.
 
Lembram-se daquela reunião de chanceleres da América do Sul, realizada no Chile, para discutir a crise da Venezuela? Deu em quê? Ela só volta a se reunir em abril. Enquanto isso, os mortos na Venezuela já chegam a 29, e o governo agora resolveu mobilizar seus cães de guarda na Assembleia para tentar suspender a imunidade da deputada Maria Corina, uma das mais duras críticas do chavismo e do presidente Nicolás Maduro.
 
Miguel Rodríguez, ministro do Interior, veio a público nesta terça para anunciar que um informante do governo, escalado para espionar os movimentos da oposição — ele o chamou de “A1” —, lhe contou que Leopoldo López, o líder oposicionista preso, e a deputada tramaram os atos de violência. Numa manobra evidente para dividir o movimento de oposição, Rodríguez procurou isentar de qualquer responsabilidade Henrique Capriles, outro conhecido rosto da oposição venezuelana.
 
Segundo o ministro, Capriles teria sido chamado pela dupla para conspirar — “para incendiar o país” —, mas teria se recusado. É um truque sujo, coisa de vigaristas. Todo mundo sabe que, de fato, o homem que concorreu à Presidência pela oposição não era inicialmente simpático às manifestações de rua e à pressão pela renúncia de Maduro, mas as divergências ficaram para trás.
 
Deputados chavistas passaram a acusar López e Corina de responsáveis por aquilo que chamam “assassinatos”. É de um cinismo espantoso mesmo para os padrões bolivarianos. As vítimas, na sua quase totalidade, foram alvejadas por motoqueiros armados, que são uma das divisões das milícias bolivarianas.
 
Agora à foto. O ódio a Maria Corina é antigo. No dia 30 de abril do ano passado, o presidente da Assembleia, Diosdado Cabello, decidiu cassar o direito de voz dos oposicionistas até que não reconhecessem Maduro como o presidente eleito — uma eleição escancaradamente fraudada. Não só isso: os parlamentares chavistas partiram para cima dos seus adversários, conforme se vê neste vídeo:
O resultado foi o que se vê na foto lá no alto. Caída no chão, Maria Corina recebeu cinco chutes, teve o nariz fraturado e precisou se submeter a uma cirurgia dois dias depois.
 
Virão outros mortos na Venezuela.  Maduro, em vez de negociar, radicaliza. Nesta quarta, o jornal El Nacional denunciou que o governo simplesmente não liberou a cota de papel a que a publicação tem direito, buscando impedi-lo de circular. Jornais de outras partes do mundo, inclusive do Brasil, se dispuseram a ajudar.
 
Segundo informa o site do El Nacional, a comissão de Direitos Humanos da União Interparlamentar, com sede em Genebra, decidiu visitar a Venezuela para apurar as ameaças feitas pelo governo e por milícias armadas contra os deputados oposicionistas Richard Mardo, Julio Borges, María Mercedes Aranguren, William Dávila e a própria Maria Corina.
 
A nossa soberana, não obstante, segue no apoio incondicional a Maduro, o assassino. Mesmo quando brutamontes chavistas chutam a cara de uma mulher, a mulher Dilma Rousseff se cala. Afinal, Maria Corina não é uma “companheira”. Nesse caso, é muito justo que apanhe, certo?
 
19 de março de 2014
Reinaldo Azevedo      


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