Em 2012, Pizzolatto já sinalizava risco de fuga
Henrique Pizzolatto, o mensaleiro que fugiu supostamente para a Itália, já sinalizava no ano passado uma certa vocação para se esquivar da Justiça. A juíza federal Simone Schreiber, titular da 5ª Vara Federal Criminal do Rio, chegou a atestar num despacho o sumiço de Pizzolatto. Ela tentava havia dois anos, sem sucesso, intimá-lo para se defender num processo por crime contra o sistema financeiro.
Em 13 de setembro de 2012, a magistrada anotou nos autos: “Embora haja informação de que Henrique Pizzolato residiria em Copacabana, nas duas tentativas de citação do réu naquele endereço o oficial de Justiça foi informado de que o réu viaja muito para o exterior, que não aparecia há quatro meses, que estaria no Paraná para resolver problemas familiares, etc.”.
A juíza Simone acrescentou: “Todos os esforços foram despendidos por este juízo para viabilizar a citação pessoal de Henrique Pizzolato, em vão. Os demais réus foram citados e já apresentaram suas respostas.” Verificado o desaparecimento do réu, Simone Schreiber determinou que a citação fosse feita por meio da publicação de um edital.
O julgamento do mensalão começara no mês anterior, em 2 de agosto. Apenas 14 dias antes do despacho da juíza Simone, o STF condenara Pizzolatto por três crimes: corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro.
A pena de 12 anos ainda não havia sido calculada. Mas já estava claro que o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, responsabilizado por liberar R$ 73 milhões à DNA Propaganda, de Marcos Valério, iria para io xadrez em regime fechado.
Em outubro de 2012, Pizzolatto deu a ar da graça para votar nas eleições municipais. Alegou que passara alguns meses na Europa para resolver problemas familiares.
Nesta sexta (15), ao bater na porta do mesmo endereço em que o oficial de Justiça o procurara no ano passado, a Polícia Federal descobriu que Pizzolatto não estava. Informara-se que ele se apresentaria neste sábado (16). Era lorota. Conforme anotado pela juíza Simone no despacho de 2012, “o réu viaja muito para o exterior”. Dessa vez, Pizzolatto não volta tão cedo.
17 de novembro de 2013
Josias de Souza - UOL
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