Com o passar dos dias fica comprovado que o “presidencialismo de coalizão”, termo usado pelos governos petistas para açambarcar políticos corruptos, viabilizou a formação de uma teia criminosa jamais vista na história do País. O entrelaçamento dos escândalos é tão complexo, que quando descobertos deixam a todos atônitos.
Em 4 de outubro de 2016, como noticiou o UCHO.INFO, a Polícia Federal deflagrou a Operação Hidra de Lerna para investigar financiamento ilegal de campanhas políticas na Bahia e fraudes em licitações e contratos no Ministério das Cidades, que na era petista esteve sob a batuta de Márcio Fortes e Mário Negromonte, ambos do Partido Progressista.
Na mira dos investigadores entraram não apenas os dois ex-ministros, mas também o então secretário-executivo da pasta, Rodrigo Figueiredo (ele chegou assumir como ministro). Como ressaltado na matéria deste portal, logo após deixar a pasta, Figueiredo assumiu o comando da Secretaria de Defesa do Ministério da Agricultura, por indicação do agora deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso na Operação Lava-Jato.
O tempo passou e o nome de Rodrigo Figueiredo voltou à cena, desta vez no vácuo do depoimento de colaboração premiada do empresário Joesley Batista, presidente do Grupo JBS, atualmente curtindo refúgio dourado em Nova York.
À Procuradoria-Geral da República, Joesley afirmou que, com a ajuda de Eduardo Cunha e do doleiro Lúcio Bolonha Funaro, operador financeiro do peemedebista, emplacou Figueiredo no cargo no Ministério da Agricultura. E que em algumas ocasiões valeu-se do esquema de corrupção. Como contrapartida, o empresário pagou propinas à dupla (Cunha e Funaro), segundo informa o jornal Valor Econômico.
Joesley disse aos procuradores que Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério (SDA)é responsável pela sanidade agropecuária no País e também pela emissão de licenças obrigatórias para que as empresas do setor alimentício atuem nos mercados nacional e internacional.
Figueiredo era ligado a Antonio Eustáquio Andrade Ferreira (PMDB-MG), que na ocasião estava ministro da Agricultura e atualmente cumpre mandato de vice-governador de Minas Gerais. Segundo relato do empresário, Rodrigo Figueiredo assinou diversos “atos de ofício” que favoreceram o Grupo JBS, operação que teve como contrapartida o pagamento de R$ 7 milhões em propina a Cunha e Funaro.
Joesley Batista relatou aos procuradores da República que a propina acima mencionada foi paga como contrapartida a dois atos normativos da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), na ocasião sob a batuta de Rodrigo Figueiredo.
Um dos atos normativos regulamentou as exportações de despojos (partes de animais), assunto que causou enorme polemica e recebeu uma enxurrada de críticas por parte de frigoríficos de pequeno e médio e portes. Um segundo ato revogou portaria ministerial que proibia o uso de um vermífugo de longa duração e reestabelecia o uso de vermífugos de curta duração, “o que evitava dificuldades fitossanitárias na exportação de carnes”.
30 de maio de 2017
ucho.info
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