Alvo da Operação Lava-Jato, acusada por vários delatores do Petrolão de recebimento de propina e ré por corrupção em ação penal que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), a senadora paranaense Gleisi Helena Hoffmann (PT) finalmente jogou a toalha.
Certa de que são ínfimas as chances de se reeleger como senadora, a petista já trabalha abertamente para tentar, em 2018, uma vaga na Câmara dos Deputados. Mesmo assim, essa empreitada, marcada pelo desespero, é considerada difícil por especialistas em marketing político. Isso porque Gleisi está no rol dos políticos brasileiros que, no rastro dos escândalos de corrupção, se desgastaram junto ao eleitorado. Em outras palavras, “queimaram o filme”.
Ciente dos efeitos colaterais da ação penal por corrupção e da crescente rejeição aos integrantes do Partido dos Trabalhadores, sem contar o escândalo envolvendo o marido (Paulo Bernardo da Silva), Gleisi abandonou de vez o projeto de reeleição. Eleita em 2010 com pouco mais de 3 milhões de votos, a parlamentar paranaense tinha como meta permanecer mais uma temporada de oito anos no Senado. Porém, em lampejo de realismo, Gleisi abandonou o projeto, afirma o jornalista Karlos Kholbach.
Diante do atual cenário, caberá a Gleisi Helena, na disputa por uma cadeira de deputada federal, torcer para que até a eleição não haja desdobramentos mais sérios na ação penal que corre no STF. Do contrário, a senadora será obrigada a, mais uma vez, mudar os planos para garantir sobrevivência política e, não menos importante, o foro especial por prerrogativa de função, o malfadado foro privilegiado.
Como se não bastassem as questões criminais, que a afligem sobremaneira, Gleisi terá de enfrentar a concorrência dos “companheiros” de partido no Paraná. Com o PT tentando ressurgir das cinzas e a crise econômica inviabilizando doações de campanha mais polpudas, oficiais ou via caixa 2, a senadora terá de fazer esforço descomunal para não desaparecer de Brasília. Para complicar, o ex-petista André Vargas Ilário, que em passado recente foi arrecadador das campanhas de Gleisi, está atrás das grades na esteira da Operação Lava-Jato.
O marido de Gleisi, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva, que também réu em processos da Lava-Jato, não tem, por ora, projeto de disputar a eleição em 2018. Bernardo é acusado de chefiar um esquema que subtraiu mais R$ 100 milhões de servidores federais que recorreram a empréstimos consignados, ao tempo em que era ministro do Planejamento. No Paraná, poucos apostam que o outrora “casal 20” da política paranaense estará solto nos próximos anos.
30 de maio de 2017
ucho.info
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