"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

SEM MARINA, ACABA A TERCEIRA VIA

Caberá ao PSB decidir o que fará com a cabeça de sua chapa à Presidência da República, mas de duas uma: ou Marina Silva ascende à posição aberta com a morte de Eduardo Campos, ou a terceira opção desaparece.

Se ela era a candidata a vice-presidente até as primeiras horas da manhã de ontem, será difícil justificar outra solução, sobretudo tratando-se de uma companheira de chapa que tem identidade própria e recebeu 20 milhões de votos na última eleição.

Marina não entrou na chapa de Eduardo Campos como um simples apenso destinado a costurar acordos partidários. Se não serve para substituir o candidato morto, serviria para quê? Com algum exagero no paralelo, o entendimento de que o vice-presidente é um enfeite desemboca na manhã de outro agosto, de 1969, quando o presidente Costa e Silva estava entrevado por uma isquemia cerebral, e os ministros militares mandaram o vice Pedro Aleixo para casa. Dezesseis anos depois, para alívio geral, o vice-presidente José Sarney assumiu no dia em que Tancredo Neves deveria ser empossado. O presidente eleito estava hospitalizado e morreria mês depois.

Pedro Aleixo e Sarney já haviam sido eleitos. Ambos, contudo, eram enfeites. Um, para dar um toque civil à Presidência de um marechal. O outro, dava sabor governista a um presidente da oposição. Não sendo enfeite, Marina é mais que isso.

Se a ex-senadora for deixada de lado, a terceira via implode. Se ela substituir Eduardo Campos, a natureza dessa terceira via muda de qualidade e transforma a eleição deste ano numa reedição do pleito de 2010.

Leia a integra em Sem Marina, acaba a terceira via


Marina Silva - Foto: Marcelo Andrade / Gazeta do Povo 


14 de agosto de 2014
Elio Gaspari é jornalista. O Globo

Nenhum comentário:

Postar um comentário