A Petrobras não sai dos jornais. Nossa maior empresa deixou de figurar apenas nas páginas dedicadas à economia e passou a ocupar também os espaços reservados a assuntos de polícia. Em ambos os casos, as notícias são ruins.
A estatal está no centro de uma série de escândalos envolvendo negócios ruinosos, denúncias de grosso desvio de dinheiro, distribuição de benesses para corromper técnicos e políticos. Naquilo que mais interessa, a empresa também não consegue sair-se bem: seus negócios vão de mal a pior.
Na sexta-feira foi divulgado o resultado da Petrobras no segundo trimestre. Nova frustração: o lucro acumulado entre janeiro e junho caiu para R$ 10,3 bilhões, redução de 25% em comparação com o mesmo período de 2013.
No trimestre, a queda foi de 21%.
Impressiona o nível de endividamento exibido pela estatal:
sua dívida líquida atingiu R$ 241 bilhões e a bruta, R$ 308 bilhões, segundo o Valor Econômico. Trata-se da empresa não financeira mais endividada do mundo. O endividamento já corresponde a quase quatro vezes a geração de caixa da empresa, uma temeridade.
O pior é que a contrapartida ao endividamento não se materializa.
A produção de petróleo não reage: a alta em relação ao primeiro semestre do ano passado foi de apenas 1%, ainda muito distante dos 7,5% prometidos pela direção da estatal para este ano.
A Petrobras continua pagando caro para manter os preços dos combustíveis defasados em relação ao que a empresa gasta para importá-los do exterior. Somente a área de abastecimento da estatal, que compra e vende os produtos, registrou prejuízo de R$ 13,4 bilhões no semestre, segundo a Folha de S.Paulo.
Se os números não vão bem, as notícias relacionadas à forma como a Petrobras vem sendo gerida no governo do PT são ainda mais tenebrosas. Soube-se neste fim de semana pela revista Veja que o doleiro Alberto Youssef, que está no centro de um escândalo que pode ter desviado R$ 10 bilhões da companhia, distribuía malas de dinheiro a políticos aliados.
Para complicar, a presidente da estatal, Graça Foster, corre risco de ter seus bens bloqueados em razão da participação na transação que levou a Petrobras a pagar pela refinaria de Pasadena bem mais que ela valia. O Ministério Público também investiga se a executiva omitiu informações em depoimentos prestados no Senado neste ano.
Nos últimos anos, a Petrobras deixou de cumprir a função que dela mais se espera:
produzir petróleo e energia para impulsionar o desenvolvimento do país. A empresa foi posta a serviço do partido no poder, que está produzindo a maior pilhagem já vista na sua história.
Está na hora de devolver a Petrobras a seus verdadeiros donos:
o povo brasileiro.
14 de agosto de 2014
14 de agosto de 2014
Instituto Teotônio Vilela
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