Contadora de Youssef, ao confirmar montagem de esquema dentro da estatal, para subtrair dinheiro de empreiteiras, amplia a dimensão das suspeições sobre a empresa
Enquanto o escândalo do mensalão estourou de uma vez, na denúncia feita pelo mensaleiro acuado Roberto Jefferson, do PTB , à “Folha”, o caso da montagem de um o esquema de corrupção dentro da Petrobras tem emergido aos poucos. Na última edição de “Veja”, contornos desse esquema ficaram mais nítidos, com a entrevista de Meire Poza, contadora do doleiro Alberto Youssef, cumprindo prisão preventiva em Curitiba.
Youssef, acusa a Polícia Federal, é o principal gerente de uma bilionária lavanderia de dinheiro sujo remetido por empreiteiras, tendo como beneficiários finais políticos do “PT, PMDB e PP”, revela a contadora. Também como o doleiro, cumpre prisão preventiva em Curitiba, base de operação de Youssef, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa — tudo indica, o primeiro elo do sistema de bombeamento de cifras incalculáveis neste propinoduto. Os dois, apanhados na Operação Lava-Jato, da PF.
Paulo Roberto, mostram investigações e Meire Poza, fazia o clássico papel de criador de dificuldades para vender facilidades. Podia-se deduzir que o ex-diretor da estatal havia sido peça-chave na quadrilha, no tempo em que presidiu o conselho de administração da obra da refinaria Abreu e Lima, um monumento ao desvio de dinheiro público, como já atestam auditorias do TCU. Não é sempre que um projeto orçado em US$ 2 bilhões custa, ao final da obra, US$ 20 bilhões.
Com a decisão de Meire Poza de contribuir para as investigações da PF, as evidências de roubalheira na Petrobras e suposições de drenagem de dinheiro da estatal para financiar políticos do PT e aliados do governo passam a ter a sustentação de documentos e do testemunho de alguém que trabalhou nas armações. Pode-se dizer que o escândalo começa a ganhar dimensões de outro mensalão de petistas, este em sociedade com aliados próximos. É exemplar o pagamento de empreiteiras a empresas fantasmas de Youssef e a pelo menos uma “consultoria” de Paulo Roberto Costa. Ciosas, revelou O GLOBO, empreiteiras declararam à Receita Federal o que pagaram ao esquema de Youssef e Costa. Ou, pelo menos, parte.
A contadora pode contribuir para jogar luz na outra ponta desta lavanderia, a dos políticos. Até agora, haviam sido citados o Deputado André Vargas, sem partido, fora do PT devido às ligações com Youssef, e Luiz Argôlo (SDD-BA). Meire confirma um depósito para o senador Collor, já noticiado. O petista Cândido Vaccarezza, de São Paulo, também foi ajudado, para saldar dívida de campanha. E ela colocou na lista dos beneficiários Mário Negromonte (PP), ex-ministro das Cidades É certo que a contadora sabe mais, a considerar as “malas e malas” de dinheiro que ela diz ter visto passar à sua frente. A presidente Dilma diz que a Petrobras é alvo de “factoides políticos”. Não parece. Alvo ela foi de um aparelhamento que resultou em um escândalo formado por dois negócios desastrosos: as refinarias de Pasadena e Abreu e Lima. E ele começa a crescer.
Enquanto o escândalo do mensalão estourou de uma vez, na denúncia feita pelo mensaleiro acuado Roberto Jefferson, do PTB , à “Folha”, o caso da montagem de um o esquema de corrupção dentro da Petrobras tem emergido aos poucos. Na última edição de “Veja”, contornos desse esquema ficaram mais nítidos, com a entrevista de Meire Poza, contadora do doleiro Alberto Youssef, cumprindo prisão preventiva em Curitiba.
Youssef, acusa a Polícia Federal, é o principal gerente de uma bilionária lavanderia de dinheiro sujo remetido por empreiteiras, tendo como beneficiários finais políticos do “PT, PMDB e PP”, revela a contadora. Também como o doleiro, cumpre prisão preventiva em Curitiba, base de operação de Youssef, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa — tudo indica, o primeiro elo do sistema de bombeamento de cifras incalculáveis neste propinoduto. Os dois, apanhados na Operação Lava-Jato, da PF.
Paulo Roberto, mostram investigações e Meire Poza, fazia o clássico papel de criador de dificuldades para vender facilidades. Podia-se deduzir que o ex-diretor da estatal havia sido peça-chave na quadrilha, no tempo em que presidiu o conselho de administração da obra da refinaria Abreu e Lima, um monumento ao desvio de dinheiro público, como já atestam auditorias do TCU. Não é sempre que um projeto orçado em US$ 2 bilhões custa, ao final da obra, US$ 20 bilhões.
Com a decisão de Meire Poza de contribuir para as investigações da PF, as evidências de roubalheira na Petrobras e suposições de drenagem de dinheiro da estatal para financiar políticos do PT e aliados do governo passam a ter a sustentação de documentos e do testemunho de alguém que trabalhou nas armações. Pode-se dizer que o escândalo começa a ganhar dimensões de outro mensalão de petistas, este em sociedade com aliados próximos. É exemplar o pagamento de empreiteiras a empresas fantasmas de Youssef e a pelo menos uma “consultoria” de Paulo Roberto Costa. Ciosas, revelou O GLOBO, empreiteiras declararam à Receita Federal o que pagaram ao esquema de Youssef e Costa. Ou, pelo menos, parte.
A contadora pode contribuir para jogar luz na outra ponta desta lavanderia, a dos políticos. Até agora, haviam sido citados o Deputado André Vargas, sem partido, fora do PT devido às ligações com Youssef, e Luiz Argôlo (SDD-BA). Meire confirma um depósito para o senador Collor, já noticiado. O petista Cândido Vaccarezza, de São Paulo, também foi ajudado, para saldar dívida de campanha. E ela colocou na lista dos beneficiários Mário Negromonte (PP), ex-ministro das Cidades É certo que a contadora sabe mais, a considerar as “malas e malas” de dinheiro que ela diz ter visto passar à sua frente. A presidente Dilma diz que a Petrobras é alvo de “factoides políticos”. Não parece. Alvo ela foi de um aparelhamento que resultou em um escândalo formado por dois negócios desastrosos: as refinarias de Pasadena e Abreu e Lima. E ele começa a crescer.
13 de agosto de 2014
Editorial O Globo
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