Os políticos envolvidos na fraude da CPI da Petrobras revelada por VEJA na última semana só conseguiram articular uma linha de defesa dias depois de a revista começar a circular.
Não puderam alegar, como é hábito, que VEJA publicou apenas transcrições. VEJA On-line colocou no ar na tarde de sábado passado, dia 2, um vídeo editado com imagens e sons de qualidade suficiente para que se entenda o teor da conversa e se identifiquem os participantes da reunião em que foram tramados detalhes da operação para enganar o Congresso e, por extensão, a opinião pública. A única saída encontrada pelos autores da fraude foi tentar vender a tese de que VEJA não revelou uma fraude, mas um trabalho "normal" de treinamento que as empresas dão a diretores a ser inquiridos em CPIs — o media training. O que se passou naquela sala da sede da Petrobras em Brasília não foi media training. Foi uma armação.
Uma reportagem desta edição demonstra isso com a análise minuto a minuto do vídeo feito por um dos participantes por meio de uma caneta dotada de microcâmera. Os investigados selecionaram as perguntas a que queriam responder na CPI e vetaram as mais incômodas. Ouvido por VEJA, o deputado e advogado Osmar Serraglio, relator da CPI dos Correios, que desvendou o mensalão, mostrou-se indignado com a tentativa dos envolvidos de dar ares de normalidade ao crime em cujo planejamento foram flagrados: "Uma investigação de verdade pressupõe pegar o investigado de surpresa".
O escândalo pode ser entendido por uma metáfora futebolística ao estilo do ex-presidente Lula — que, aliás, havia determinado aos parlamentares do PT que "tratorassem" a CPI da Petrobras, por temor de que ela fosse tão bem-sucedida quanto a dos Correios. Imagine um treinador que prepara o goleiro do time para uma eventual decisão por pênaltis e reúne vídeos com cobranças dos adversários. O goleiro terá, assim, informações sobre as características e peculiaridades de cada cobrador. Isso é normal. O que ocorreu na reunião revelada por VEJA, porém, equivale a combinar antes as cobranças com os batedores de pênalti adversários e, desse modo, desmoralizar o esporte, ludibriar o juiz, fazer de palhaços a plateia presente ao estádio e os telespectadores. Isso não é normal. É crime.
Não puderam alegar, como é hábito, que VEJA publicou apenas transcrições. VEJA On-line colocou no ar na tarde de sábado passado, dia 2, um vídeo editado com imagens e sons de qualidade suficiente para que se entenda o teor da conversa e se identifiquem os participantes da reunião em que foram tramados detalhes da operação para enganar o Congresso e, por extensão, a opinião pública. A única saída encontrada pelos autores da fraude foi tentar vender a tese de que VEJA não revelou uma fraude, mas um trabalho "normal" de treinamento que as empresas dão a diretores a ser inquiridos em CPIs — o media training. O que se passou naquela sala da sede da Petrobras em Brasília não foi media training. Foi uma armação.
Uma reportagem desta edição demonstra isso com a análise minuto a minuto do vídeo feito por um dos participantes por meio de uma caneta dotada de microcâmera. Os investigados selecionaram as perguntas a que queriam responder na CPI e vetaram as mais incômodas. Ouvido por VEJA, o deputado e advogado Osmar Serraglio, relator da CPI dos Correios, que desvendou o mensalão, mostrou-se indignado com a tentativa dos envolvidos de dar ares de normalidade ao crime em cujo planejamento foram flagrados: "Uma investigação de verdade pressupõe pegar o investigado de surpresa".
O escândalo pode ser entendido por uma metáfora futebolística ao estilo do ex-presidente Lula — que, aliás, havia determinado aos parlamentares do PT que "tratorassem" a CPI da Petrobras, por temor de que ela fosse tão bem-sucedida quanto a dos Correios. Imagine um treinador que prepara o goleiro do time para uma eventual decisão por pênaltis e reúne vídeos com cobranças dos adversários. O goleiro terá, assim, informações sobre as características e peculiaridades de cada cobrador. Isso é normal. O que ocorreu na reunião revelada por VEJA, porém, equivale a combinar antes as cobranças com os batedores de pênalti adversários e, desse modo, desmoralizar o esporte, ludibriar o juiz, fazer de palhaços a plateia presente ao estádio e os telespectadores. Isso não é normal. É crime.
13 de agosto de 2014
Carta ao leitor, Veja
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