Receita conhecida – Engana-se quem pensa que a empresa panamenha que controla o Hotel St. Peter, em Brasília, onde o mensaleiro encarcerado José Dirceu pretende trabalhar, é a única que esconde os verdadeiros donos, normalmente empresários alarifes e políticos inescrupulosos. De igual modo não foi no Panamá que surgiu a ideia de se criar uma empresa para servir de trincheira à família Abreu.
Em Miami, a cidade mais brasileira da Flórida, uma empresa, que integra o esquema para driblar o fisco em diversos países, é encarregada de aliciar os “laranjas” panamenhos. A tal empresa, ligada a companhias e advogados do Panamá, é comandada por um ex-funcionário de alta patente de um banco venezuelano que opera nos Estados Unidos. Vivendo confortavelmente na Flórida, o aliciador de “testas de ferro” atua para esconder fortunas e patrimônios de latino-americanos por meio de empresas criadas em paraísos fiscais.
Na barafunda chamada Brasil, muitos são espertalhões que se renderam às benesses do Panamá, onde, vale salientar, a natureza é exuberante. Quando ainda operava fortemente na política nacional, em especial durante o primeiro governo do lobista Lula, o finado deputado federal José Janene falava com frequência sobre empresas no Panamá. Entre os interlocutores de Janene, o “Xeique do Mensalão do PT”, estavam alguns doleiros conhecidos e que foram desmascarados na CPIs dos Correios e dos Bingos.
Abrigar patrimônios e investimentos em uma empresa estrangeira sediada em paraíso fiscal não é ilegal, desde que a operação não viole a legislação internacional e também não sirva de cortina de fumaça para negócios ilícitos, como ocorre com certa frequência. Não custa lembrar que uma das grandes revelações do Mensalão do PT foi a conta bancária batizada em nome da offshore Düsseldorf, utilizada pelo marqueteiro Duda Mendonça para receber parte dos honorários relativos à campanha presidencial de Lula em 2002.
No escândalo do Mensalão do PT, um fato escapou dos olhos dos que investigaram o caso. Os mencionados empréstimos bancários eram em sua maioria fictícios e serviram para repatriar o dinheiro das propinas cobradas em algumas cidades brasileiras. A quantia que estava depositada em contas no exterior foi transferida para empresas correspondentes dos bancos do Mensalão e entregue no Brasil em forma de empréstimo.
04 de dezembro de 2013
ucho.info
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