"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

VALDEMAR COSTA NETO E PEDRO HENRY AVALIAM RENUNCIAR, DIZEM ALIADOS

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Condenados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no julgamento do mensalão e com iminente pedido de prisão, os deputados Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT) avaliam renunciar ao mandato segundo aliados.
 
Interlocutores dos dois parlamentares ouvidos pela Folha sob a condição de anonimato disseram que eles analisam se a saída da Câmara evitaria maior constrangimento e diminuiria a exposição daqui para frente.
 
A permanência na Câmara tem potencial para provocar outra crise entre Judiciário e Legislativo.
Na Câmara, há parlamentares que defendem que a perda do mandato só pode ocorrer depois de um processo de cassação ser analisado pelo plenário, descumprindo decisão do Supremo pela perda automática.
 
Em público, no entanto, líderes do PR e do PP dizem que eles não discutem a hipótese de renúncia. "Estive com ele [Valdemar] ontem e não senti nenhuma inclinação [para renúncia]", afirmou o líder do PR, Anthony Garotinho (RJ).
"Não vejo vantagem em renunciar", completou. A assessoria do deputado também negou que ele esteja disposto a entregar o mandato.
 
Valdemar não registrou presença hoje na Câmara. Seu gabinete passou o tempo todo trancado, mas assessores foram vistos entrando e deixando o local.
 
Na liderança do PR, onde Valdemar costuma despachar, servidores acompanhavam a sessão do STF pela televisão, mas disseram que ele não apareceu. No gabinete de Henry, os funcionários disseram que o deputado estava fora de Brasília.
 
CONDENAÇÕES
 
Costa Neto foi condenado a 7 anos e 10 meses de prisão e Henry a 7 anos e 2 meses pelos crimes do mensalão, esquema de corrupção no governo Lula. Os dois vão cumprir regime semiaberto, podendo deixar a prisão para trabalhar durante o dia.
Em entrevista à Folha, em setembro, Valdemar disse que ainda não tinha decidido sobre uma eventual renúncia e que planejava trabalhar em um cargo no PR, para poder deixar a prisão durante o dia.
 
"Não pensei nisso ainda vou te dizer por que. Primeiro porque eu vou cumprir 1 ano de mandato se eu for absolvido e depois vou ter que cumprir pena. Então, eu tenho que avaliar o que é melhor. Vou considerar o pessoal, meus companheiros de partido. E vou ver o que é melhor para fazer, como eu fiz no passado", afirmou na época.
 
Desde o fim do ano passado, Legislativo e Judiciário travam uma queda de braço em relação a perda de mandato dos quatro deputados condenados --além de Valdemar e Pedro Henry, José Genoino (PT-SP) e João Paulo Cunha (PT-SP).
O STF determinou que a perda automática dos mandatos e após a análise dos recursos e o início do cumprimento da pena.
Caberia à Câmara somente ratificar a cassação determinada pelos ministros do STF.
 
"A Constituição não submete a decisão do Judiciário à complementação por ato de qualquer outro órgão ou Poder da República", diz o acórdão do julgamento do mensalão, documento que resume a decisão dos ministros. Integrantes da cúpula do Legislativo, porém, argumentam que a Constituição reserva ao plenário da Câmara a palavra final.
 
13 de novembro de 2013
MÁRCIO FALCÃO e RANIER BRAGON - Folha S.Paulo

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