Casos como o de um estuprador de Sarzedo, na região metropolitana de Belo Horizonte, morto a pedradas em plena via pública, e de um menor assassinado com um tiro no ouvido, desferido por um dito cidadão comum, após o adolescente tentar assaltar uma mercearia na periferia de Betim, são cada vez mais comuns. Sinal de que a crença na polícia e nos meios legais de se promover justiça está por um fio.
A banalidade do crime e da violência se espalha em velocidade estonteante ao ponto de um cara roubar com armas em punhos e duas horas depois se aprontar para ir ao trabalho formal, o de carteira assinada, como se nada tivesse ocorrido minutos atrás.
DETERIORAÇÃO MORAL
A criminalidade passa a ser um “bico” para muitos, algo que não perturba mais a consciência, assim como a corrupção se torna condição sine qua non em funções públicas.
Gente morrendo a pauladas, policiais desmoralizados, vandalismo, impunidade e soberba de donos de cartéis sobre as comunidades eram notícias que costumavam ser relacionadas a países distantes, de cultura avessa à nossa.
Agora, o apedrejamento está aqui, na rua ao lado. A deterioração da sociedade se expressa não só na violência, mas na ostentação daquilo que não pode ser psicologicamente saudável.
Para os corruptos, não basta roubar, é preciso exibir o prêmio da cretinice. Aos traficantes, traficar deixou de ser o mais importante. É preciso impor o medo pelo medo, o poder do terror.
O jovem delinquente não se contenta mais com o produto de seu furto ou com a consequência de seus atos, pois o que mais o satisfaz é tripudiar das leis. O Brasil caminha a passos largos para um colapso.
Assistindo a tucanos e petistas comemorarem e reivindicarem para si a paternidade de projetos que “deram certo”, há de se perguntar em que país vivem eles? Será no mesmo que o nosso? Há de se perguntar para que valem a estabilidade do PSDB ou a inclusão do PT se a violência cresce avassaladoramente, se a roubalheira é multiplicada pela décima potência e se o sono, a todo tempo, é perturbado pelo barulho dos fuzis?
(transcrito de O Tempo)
13 de novembro de 2013
Heron Guimarães
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