Só que esse eixo não existe. Quem elegeu Rui Falcão foi Lula, solitariamente. A presidente Dilma Rousseff não tem o menor prestígio no partido. Basta lembrar que, nos debates eleitorais, cinco dos seis candidatos à presidência do PT criticaram duramente o governo e a presidente Dilma.
Apenas Rui Falcão ficou em cima do muro, como é de seu feitio, para não pegar mal, e acabou sendo vaiado e chamado de “pelego” no último debate eleitoral.
Rui Falcão não existe, não tem carisma nem liderança. O verdadeiro presidente do partido é Lula, que manda e desmanda, faz o que bem entende. A presidente Dilma nem se atreve a participar da vida partidária. Só apareceu para votar em Falcão, e estamos conversados.
DESESPERO
É justamente essa situação que desespera a presidente Dilma, que não confia em Lula nem no PT. Por isso, tenta desesperadamente ocupar espaço na mídia e não mede consequências, obedecendo fielmente as ordens do guru-marqueteiro.
Foi João Santana que, imitando Ulysses Guimarães, mandou Dilma falar no pessimismo do Velho do Restelo, como se ela fosse grande conhecedora da obra de Camões.
Depois, imitando Said Farhat, fez Dilma dizer ao ministro Lobão que saíra incógnita, de moto, dirigindo à noite pelas ruas desertas de Brasília, como João Figueiredo fazia.
Lobão logo espalhou a notícia, que teve de ser desmentida, porque Dilma não tem carteira nem sabe dirigir moto. Ela então disse que pegou carona na garupa de um assessor.
Então, imaginemos aquela senhora cada vez mais rotunda, encarapitada na garupa de uma possante moto (capaz de suportar o peso dela e do piloto), morrendo de medo e grudada às costas do motoqueiro.
Uma cena patética, sem dúvida, que jogaria no lixo a dignidade presidencial, mas que nunca aconteceu na realidade. Porém, o marqueteiro-guru Santana mandou falar, e ela obedeceu, claro.
Esse é o quadro atual do poder. Dilma vê Lula crescendo em seu retrovisor, já sente o bafo dele no cangote, vê o PT nos braços de Lula, então se desespera e come mais uma lasanha, depois se entope de bolo de chocolate. E la nave va, felliniamente, rumo à sucessão presidencial.
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