"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

PT ESTÁ UNIDO, PSDB E PSB PRECISAM SE UNIR PARA 2014

Os acontecimentos políticos da semana passada revelaram que as oposições ainda não chegaram a um consenso para escolha de seus candidatos à presidência da república em 2014, ao contrário do PT que, aliás como não podia deixar de se, encontra-se unido em torno da presidente Dilma Rousseff.
 
No PSDB, o debate público travado nas recentes edições da Folha de São Paulo, colocando José Serra e Aécio Neves em confronto comprovam a divisão, e, na verdade, até mais: a dificuldade de o derrotado na convenção da legenda incorporar-se com entusiasmo  à campanha do outro. 

Essa dificuldade parece maior no lado de José Serra, que reviveu a psicologia da Madame Bovary, de Flaubert, para criticar o próprio partido e sua necessidade, acentuou, de ser aceito pelo PT. Aécio respondeu. Porém o que os pronunciamentos de ambos destacam, no fundo, é o fato de um não aceitar o outro como candidato legítimo do partido.  
No lado PSB, é sensível a divisão da sigla entre as correntes de Eduardo campos e Marina Silva. A ex-senadora, se não for a escolhida, dificilmente se integrará na campanha do atual governador de Pernambuco. Que, aliás, para disputar a Presidência da República, terá que renunciar de cargo até 5 de abril do ano que vem. São contradições da legislação eleitoral brasileira. Quem está na Presidência não necessita se afastar para disputar a reeleição. Os governadores e prefeitos, na tentativa de se reelegerem, também não. Mas se um governador, caso de Campos, lançar-se para o Planalto, tem que deixar o posto no prazo adotado para desincompatibilização, seis meses antes do pleito. Casuísmo maior é impossível. Mas é o que se encontra em vigor.  
No Rio de Janeiro, por exemplo, o governador Sérgio Cabral deverá se afastar para não tornar seu filho Marco Antonio inelegível para deputado federal. Exatamente o que se verificou em 2002 quando Anthony Garotinho deixou o Palácio Guanabara para habilitar a candidatura de sua mulher, Rosinha Mateus, que terminou vencendo o pleito no primeiro turno. Mas estas são outras questões. O tema central é a unidade partidária. Não quer dizer que toda e qualquer unidade conduza à vitória.  
LULA E PADILHA  
Em São Paulo, por exemplo, estado-chave para todos os efeitos, reunindo os políticos e econômicos, embora unido, o PT com a candidatura do ministro Alexandre Padilha enfrentará nas urnas uma luta acirrada contra o governador Geraldo Alckmin que busca a reeleição. Inclusive em São Paulo não prevalece a aliança PT-PMDB, já que o candidato do PMDB é o empresário Paulo Skaf, presidente da Federação Estadual da Indústria. Na esfera paulista, uma questão a ser resolvida é a distribuição do tempo de cada partido no horário de propaganda política na televisão e no rádio.  
O ex-presidente Lula fez questão de votar ao lado de Alexandre Padilha nas eleições internas do Partido dos Trabalhadores, no domingo, assim acentuando seu empenho pessoal na campanha. E destacou a importância de São Paulo no contexto eleitoral do país. Até que ponto conseguirá acrescentar votos ao atual ministro da Saúde é a pergunta.  
Reportagem de Diógenes Campanha, na Folha, focalizando o circuito percorrido por Lula e Padilha até as urnas assinala bem o empenho do ex-presidente da República. De outro lado, claro que por medida de precaução, os condenados no processo do mensalão, como José Dirceu, José Genoino, João Paulo Cunha, decidiram não disputar a reeleição para os cargos que ocupavam na direção do partido.  
Está na hora do Datafolha e do IBOPE realizarem nova rodada de pesquisas, incluindo as relativas aos governos estaduais.
 
13 de novembro de 2013
Pedro do Coutto 

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