A Fifa disse que foi azar da Argentina. Mas a enorme diferença contraria a lei das probabilidades. Muitos desconfiam que houve trapaça da Fifa e da CBF. Dizer isso seria uma atitude paranoica ou tudo é possível neste estranho mundo, que não sei se caminha de volta às trevas ou para um novo iluminismo?
A Argentina é, disparado, o país que traz mais turistas ao Brasil. Nos pouco mais de cinco milhões por ano, mais ou menos 30% são argentinos (1,5 milhão). Dos Estados Unidos, segundo lugar, chega à metade.
Um grande número de torcedores argentinos já avisou que virá, mesmo sem ingresso. Confusões à vista. Eles estão eufóricos com a seleção. O time titular não perde há mais de dois anos. Nesse período, ganhou duas vezes do Brasil e de todos os grandes da Europa. Na derrota, fora de casa, para o Uruguai, pelas Eliminatórias da Copa, a Argentina atuou com a equipe reserva. A derrota para o Brasil, com apenas jogadores que atuam nos dois países, não tem nada a ver com as seleções principais.
ARGENTINOS
Os argentinos, e todo o mundo, estão preocupados com mais uma lesão muscular de Messi. Uma das razões é o fato de ele ter jogado os 90 minutos de todas as partidas. Messi não é um craque virtual. Ele é real. Messi quis quebrar todos os recordes. O Barcelona apoiou, e a sociedade do espetáculo, que não tem limites, na qual está inserido o futebol, quer lucrar e consumir rapidamente o talento dos craques. Há outros na fila. Neymar pode ser o próximo. O show não pode parar.
Muitos torcedores e jornalistas brasileiros estão ansiosos, apressados, para comparar Neymar e Messi. Se Neymar fizer um gol espetacular, vão questionar quem é o melhor do mundo. Isso deve acontecer com o tempo, naturalmente. Está cedo para terminar o esplendor de Messi. Por causa do conturbado ano, aumentam as chances, se estiver bem fisicamente, de Messi brilhar mais ainda em 2014. O melhor de 2013 é Cristiano Ronaldo. Os que são eleitos melhores do mundo no ano anterior costumam jogar mal a Copa.
O talento e o jogo de futebol estão mais próximos do imaginário e do encanto do que do simbólico e dos números. Mede-se a eficiência de um craque ou de um time mais pelo fascínio que exercem do que pelas estatísticas.
O Cruzeiro não é o melhor time do Brasileirão porque tem números muito mais expressivos, e sim porque encantou e jogou melhor que os outros.
13 de novembro de 2013
Tostão (O Tempo)
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