"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

RAÇA E GÊNERO NA POLÍTICA

A baixa representação política de negros, índios e mulheres faz parte da nódoa indelével do racismo e do preconceito de gênero que só recentemente começaram a ser esmaecidas pelas políticas de cotas, com resultados positivos no acesso ao ensino superior e a algumas carreiras de Estado.
 
Mas o Congresso, diria Cláudio Lembo, continua dominado pela “elite branca”.
Embora a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara tenha autorizado sua tramitação, alguns juristas já apontaram inconstitucionalidade na proposta de emenda constitucional dos deputados petistas João Paulo Cunha e Luiz Alberto, fixando uma cota de cadeiras para candidatos negros nos legislativos do país. Eles comporiam uma lista na qual cada eleitor votaria pela segunda vez.
Esse debate vai longe, e como está apenas começando, vale pontuar: qualquer medida corretiva terá de colocar no mesmo patamar a vergonhosa sub-representação das mulheres. Somos maioria na população e no eleitorado, mas as deputadas somam apenas 8,9% e as senadoras, 12,3%. Diferentemente do que está sendo proposto para os negros, a cota existente para mulheres não é de cadeiras, mas de 30% das candidaturas de cada partido. Entretanto, sem acesso aos recursos, inclusive financeiros, para disputar com os figurões, surtiram pouco efeito. Na Câmara, a fração feminina passou de 5,6%, em 1998, para 8,9%, em 2010.
 
13 de novembro de 2013
Tereza Cruvinel
Correio Braziliense

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