Embora a Presidente Dilma tenha tentado, em entrevista recente a emissoras de rádio gaúchas, minimizar a desilusão do governo diante da falta de interesse pela privatização da rodovia BR-262, não foi possível encobrir o fato de que é equivocada a abordagem adotada pelos setores governamentais responsáveis por enfrentar o problema urgente da concessão das estradas brasileiras.
Não há dúvida que, determinante para o desinteresse dos empresários da área, estão aspectos mais fundamentais e preocupantes. Reconheça-se inicialmente que, apesar do tom otimista, embandeirado pela equipe econômica, os recentes indicadores, pífios, não conseguem hoje estimular a participação de investidores ligados ao setor de infraestrutura, da mesma forma que em épocas anteriores, quando oportunidades existiram, mas foram desperdiçadas.
Aliado a esta constatação, verifica-se que os códigos confusos e mutantes do estado brasileiro ao negociar, não só relativamente à rede rodoviária mas também, por exemplo, à ferroviária, o tornam obeso e burocrático, fazendo minar a confiança mútua que deve existir entre as partes, sem a qual não se obtêm resultados práticos, transmitindo, ao mesmo tempo, a desconfortável impressão de exagerada interferência oficial.
Ou o governo se despe desses preconceitos entravantes e cria normas de monitoramento mais inteligentes e menos invasivas, ou ainda teremos que conviver muito tempo com essa esgarçada malha rodoviária que vem frustrando qualquer tentativa de aumentar nossa competitividade mediante a implementação de uma infraestrutura mais eficiente.
18 de setembro de 2013
Paulo Roberto Gotaç é Capitão-de-Mar-e-Guerra, reformado.
Paulo Roberto Gotaç é Capitão-de-Mar-e-Guerra, reformado.
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