Minirreforma eleitoral aprovada no Senado é mais um passo na direção da chamada “ditadura ideal”
Na noite de segunda-feira (16), em meio a muitas discussões ensaiadas e encenação asquerosa, o Senado Federal aprovou um projeto de lei que promove uma minirreforma eleitoral, que na verdade é um remendo legal que beneficia apenas os políticos profissionais e serve para enganar a opinião pública, que recentemente saiu às ruas do País clamando por mudanças profundas, não uma amostra grátis.Entre as medidas que constam da minirreforma, a que mais chama a atenção por ser acintosa é a que a doação de campanha por parte de concessionárias de serviços públicos. Tal parte do texto ainda não conquistou a maioria na Câmara dos Deputados, onde a matéria terá de ser apreciada e votada. Os senadores têm pressa na aprovação da matéria, uma vez que o último prazo legal para a entrada em vigência de leis que interferem no processo eleitoral é 5 de outubro.
A medida é um escândalo descomunal e garante a perpetuação do partido que está no poder, neste caso o PT. O Palácio do Planalto está a prestes a deflagrar um processo de concessões públicas estimado em R$ 500 bilhões, o que garantirá ao partido o financiamento de muitas campanhas pelo Brasil afora com o dinheiro das doações dos concessionários. O texto em questão permitirá que empresas acionistas, sócias, ou ainda com razão social diferente do concessionário, façam doações já nas próximas eleições. Em outras palavras, o Senado Federal parece não ter ouvido as roucas vozes das ruas e caminhou na contramão do clamor popular.
Outro ponto polêmico da matéria é a limitação do número de cabos eleitorais a serem contratados pelos candidatos. Na verdade, quando vem à baila a contratação de cabos eleitorais significa, na prática, a compra de votos. Líderes comunitários se vendem a candidatos, garantindo um mínimo de votos em seu gueto. A minirreforma eleitoral fará com que os cabos eleitorais passem a cobrar mais caro pelos votos, não sem antes obrigando esses profissionais do submundo eleitoral a uma “joint venture”. O texto limita a contratação de cabos eleitorais, mas não especifica a subcontratação dos mesmos. Ou seja, a porteira ficou aberta.
Da forma como está, o projeto de lei, que tem recebido severas críticas da oposição, permitirá que o PT se perpetue no poder, pois no Brasil o que ganha eleição é dinheiro, não proposta ou o currículo do candidato. Há dias, o senador Tião Viana (PT-AC) disse, durante no plenário do Senado, que eleição se ganha com partido forte e proposta. Proposta não é garantia de que a promessa será cumprida, mas partido forte significa dinheiro de sobra. E isso o PT conseguiu amealhar ao longo de uma década nos subterrâneos do poder. Até porque, uma campanha presidencial com larga chance de sucesso não sai por menos de US$ 400 milhões.
Se os brasileiros não despertarem para a necessidade cada vez maior de conscientização política, o País dará mais alguns largos passos na direção da chamada ditadura ideal, como a que há muito vem corroendo a combalida e vizinha Venezuela.
18 de setembro de 2013
ucho.info
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