Depois de ler o comentário de Alberto Gonçalves sobre o caráter do ministro Celso de Mello, com base na transcrição de um depoimento do jurista Saulo Ramos, ex-ministro da Justiça, fiquei impressionado.
Não sabia que Saulo Ramos tinha sido responsável pela nomeação de Celso Mello para o Supremo Tribunal Federal no governo José Sarney. Saulo revelou no seu livro “Código da Vida”, Ed. Planeta, 8ª edição, 2007, que Mello lhe contara que mudou um voto não por razões jurídicas, mas apenas por causa de uma matéria da Folha de São Paulo, que previra como ele iria votar.
Com esse borrão na biografia, Celso de Mello está totalmente desmoralizado como juiz. Conheci Saulo Ramos e tive a honra e o prazer de privar de sua amizade. Nos encontrávamos quase todos os dias, no fim de tarde, quando ele era Consultor-Geral da República (hoje, Advogado-Geral da União), para trocar ideais sobre a Constituinte. Era um jurista admirável, conhecia profundamente Direito Constitucional.
Depois dessa revelação sobre Celso de Mello e depois que o ministro Celso de Mello aceitou dar entrevista sobre embargos infringentes dentro um shopping center, no fim de semana, despindo-se da dignidade da toga, já não sei o que pensar. Mas vou seguir apostando no fim dos embargos infringentes, se o polvo do grande jurista Jorge Béja estiver de acordo comigo.
Jorge Béja (que dá de 10 a zero nesses “ministros” do Supremo) já explicou aqui que, seja qual for a decisão de Celso de Mello, o Brasil sairá perdendo, porque esse julgamento vai durar uma eternidade. Podem apostar.
18 de setembro de 2013
Carlos Newton
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