"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

CANDIDATOS TERÃO DE SE VIRAR PARA DIMINUIR OS CUSTOS DA CAMPANHA EM 2018

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Charge do Miguel (Jornal do Comércio/PE)
Mesmo com a popularização das novas tecnologias e a mudança radical nas práticas de difusão da informação, políticos ainda utilizam velhas estratégias na hora da campanha. Abusando do horário eleitoral no rádio e na televisão e gastando com a impressão de materiais gráficos, cada parlamentar utiliza, em média, R$ 6 milhões para se eleger. De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2014, foram gastos R$ 5,1 bilhões nas campanhas dos cargos federais, como presidente da República, governadores, senadores e deputados federais.
Entre os 10 deputados federais mais votados no último pleito, seis gastaram acima de R$ 2 milhões cada um na disputa. Entre os partidos, o PR teve as despesas mais elevadas para as campanhas, sendo R$ 10 milhões para cada candidato a deputado federal e R$ 5 milhões, para os estaduais. O DEM, o PSDB e o PP estimaram gastos de R$ 7 milhões para cada uma das cadeiras na Câmara dos Deputados.
HORÁRIO BILIONÁRIO – Em meio à discussão no Congresso para a frustrada criação de um fundo público de financiamento de campanha, inicialmente orçado em R$ 3,6 bilhões, a conta paga pelo eleitor já é alta. De acordo com a ONG Contas Abertas, no ano que vem, o governo deixará de arrecadar R$ 1 bilhão por causa da isenção de impostos para as emissoras de rádio e tevê veicularem o horário eleitoral tido como gratuito. Além disso, a Justiça Eleitoral tem um custo anual em torno de R$ 7 bilhões.
O secretário-geral da Contas Abertas, Gil Castelo Branco, aponta que, no quadro econômico atual, não se deveria debater o aumento do custo das eleições. “Antes de se discutir mais recursos para os partidos políticos, é preciso avaliar o barateamento das eleições. A democracia no Brasil já é financiada pela sociedade ao custo de R$ 7,2 bilhões em ano fora do período eleitoral. Além disso, neste ano, tivemos um fundo partidário de R$ 839 milhões”, destaca.
ELEIÇÃO CARA – Entre 2002 e 2014, o gasto por candidato durante a disputa por uma vaga de deputado federal aumentou 283%. De acordo com informações prestadas à Justiça Eleitoral por oito dos maiores partidos políticos — PT, PSDB, DEM, PP, PMDB, PPS, PSB e PR —, na campanha de 2002, cada deputado federal gastou R$ 1,6 milhão para se eleger, frente a 6,4 milhões em 2014.
Entre os mais votados que alcançaram um cargo na Câmara, o deputado Rodrigo de Castro (PMDB- MG) fez o maior investimento para conquistar os eleitores. De acordo com dados oficiais, a campanha dele custou R$ 4,5 milhões. Como obteve 292 mil votos, o político gastou em média R$ 15 para cada eleitor que conquistou — os que gastam menos, desembolsam, em média, R$ 0,50. Em segundo lugar, aparece o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), que reservou R$ 4,4 milhões para conquistar uma cadeira na Câmara.

07 de setembro de 2017
Renato Souza
Correio Braziliense

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