O procurador geral da República, Rodrigo Janot, avisou nesta segunda-feira, dia 4, que a imunidade dos delatores da JBS vale apenas se o acordo de delação estiver ‘hígido’. Em entrevista coletica, Janot informou que mandou investigar ‘omissão’ de informações na delação da JBS. Um áudio de quatro horas, que a JBS tentou apagar e foi recuperado pela Perícia da Polícia Federal, motivou o pedido de Janot.
“O áudio revela uma conversa entre dois colaboradores que ao que parece eles não sabiam que estavam gravando a si próprios, pelo início da conversa, eles não sabiam operar o aparelho”, afirmou. Segundo o site da revista “Veja”, a gravação apagada é de uma conversa entre Joesley e o executivo Ricardo Saud, seu braço-direito no esquema de corrupção, que também poderá ser preso.
O procurador foi questionado sobre uma possível prisão dos delatores, incluindo Joesley Batista. “Tudo é possível, vamos ver como é que fica a avaliação dessa revisão do acordo. Eles têm imunidade uma vez que o acordo esteja hígido. Se o acordo ruir total ou parcialmente, essa imunidade não existirá mais”, disse.
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O delator Joesley Batista pensou que poderia ocultar informações e quebrou a cara. Jamais imaginaria que os especialistas da Polícia Federal conseguiriam recuperar os áudios apagados. Agora a coisa ficou feia para o lado dele. Se não revelar realmente tudo o que sabe, a delação premiada será anulada e sua prisão decretada de imediato, para fazer companhia a Marcelo Odebrecht e Leo Pinheiro, outros empresários que também sonegaram gravíssimas informações e até hoje devem continuar escondendo muita coisa. A situação é de tamanha gravidade que a nova procuradora-geral da República Raquel Dodge, que substituirá Janot a partir do dia 18, pode até rever todas as delações realizadas até agora, para diminuir as benesses excessivas que quase todos os delatores receberam. (C.N.)
06 de setembro de 2017
Deu no Estadão
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