"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 10 de julho de 2016

TUDO É LINDO

ARTIGOS - CULTURA



Lula, o nome, já causa enjoo. Quando acompanhado da foto e da legenda, então, é como comer feijoada em mar revolto. Isso porque Lula tornou-se sinônimo de sujeira, de nojeira, de podridão e tudo o que atenta contra o sagrado, o moral e o estético. 

Lula é um dos principais agentes da falência civilizacional em que vivemos, mas, não é o único, evidentemente, pois, de lulas, cheio está o mundo brazuca com o qual nos estripuliamos por aí. 

Outros lulas, no entanto, que, isoladamente, pouco fedem ou pouco cheiram, lulinhas e lulões, quando unidos, tudo deformam e fazem adoecer, cultural e politicamente, como vermes que circulam em torno da besta-fera, ou peixinhos que se alimentam dos parasitas do peixão, que fazem o leva-e-traz da formiguinha revolucionária.

Se Lula é o responsável direto - o arquiteto - das grandes degradações que nos assolam, como Foro de São Paulo, por exemplo, as formigas-vermes-peixes fazem o dia-a-dia da imbecilização nacional. 
São os operariozinhos da esquizofrenia e da psicopatia; a concretude do conjunto doutrinal gramscista da destruição da vida em sociedade. Destruição financiada com erário público, diga-se.

Unidos, são incontáveis e, conceitualmente, difíceis de nomear, mas, na perspectiva das tribos, nomeiam-se artistas, apresentadores de TV, animadores de auditório, analistas econômicos, desenhistas, cartunistas, socialites, banqueiros, e, sobretudo, Regina Casé e seus concursandos. 
Sim, meu caro, até a Glória Maria, ex-apresentadora do Fantástico, que pecava por ser apenas Glória Maria, faz, ao que tudo indica, concurso para ser Casé, posto que de um monstro sai outro e outro e outro e seu nome é "semelhança".

Lula, Nova República, a besta-fera, Regina Casé, Glória Maria, tudo isso é a mesma coisa, imagem e semelhança da confusão, do engano, da sujeira, da preguiça, do torpor, do maconheirismo, da idiotia, da idolatria. 

A "semelhança" representa-se por todos eles, desde a latrinal Casé ao multimilionário Edir Macedo. 
Por todos eles escorre a "semelhança", padronizando a todos na forminha da burrice. 
Por eles todos deixam-se representar - desde funkeiros, bandidos do morro, e malandros de toda espécie e galardão - até gente chique e graúda como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Fernanda Montenegro, Arruinaldo Azevedo, para, finalmente, chegar ao último grau do enjoo, ao fétido STF e seus ditadores de toga.

Escrevi, dia desses, que no Brasil existem dois tipos de bandidos, apenas: os bandidos protegidos pelas togas e os bandidos protegidos dentro das togas, e tudo ficou por isso mesmo. 
Comentei com o motorista. E acrescentei, com algum ar de academicismo que estamos todos sob a égide simbólica de Regina Casé e sua ainda mais simbólica "favela endoidecida".

"Mas em quê se assemelham Regina Casé e os Juízes do Supremo, exatamente", pergunta-me o atento motorista. "Assemelham-se no 'tudo é lindo'," respondi. 
Então, ele logo saca a pilhéria e acrescenta: "li agora que a tal recriação do Ministério da Cultura foi uma jogada de mestre. Temer recria um ministério sem petralhas e já não mais para petralhas. A coisa ainda não está bem explicada, mas se for assim, parece justo. 
Afinal, cagar na praça não é cultura e esse negócio de que 'tudo é lindo' é o caralho! Tudo é feio, porra!".

Respondo que sim, claro, tudo é feio por aqui, mas meu pensamento viaja em outra direção: vira-se mestre por tão pouco agora: basta não financiar cagadas na praça, e pronto: é mestre! 
De quebra, observo que o "tudo é lindo" é o que querem que digamos, os politicamente corretos. Pergunto se ele já ouviu falar do conceito. Então ele, o motorista, me surpreende como neve no verão:

"Quando tudo é lindo, feio é ser do contra. De certo mesmo, é o fato de que são os idiotas que alimentam esta 'semelhança' que o senhor falou aí: os maconheirinhos financiados desde sempre pelo papai ausente e pela mamãe invisível, que desistiram deles já na infância". 
Faz-se pausa. Silêncio enjoado.

- ALGUÉM OS CRIOU! ele berra. Voltamos aos discursos.

"Foi a Regina Casé, porra! Agora eu entendo, porra!".

Reforço-lhe a tese: "Foi a Fátima Bernardes, também!"

- Isso, ele diz, aquela babaca também, claro!

Vou ainda mais longe: "Não podemos esquecer da Glória Maria, a neo-maconheirinha do momento, certo?"

- Sim, ele responde, todos eles.

Tento explicar-lhe que quem os criou foi a "semelhança", pois o diabo criou a engenharia social à sua imagem e semelhança e ele pergunta:

- Já estamos em que geração diabólica mesmo?

* * *

Chegamos ao destino. O motorista meneia com a cabeça e logo filosofa, enquanto verifica contra a luz a nota que lhe dei: "a merda é que o povo só se interessa pela economia. Fodam-se os maconheiros. Quem se preocupa em reeducar esses bostas?... Nem trabalhar eles podem!"

Fico na minha, esperando o troco, mas ele prossegue: Que diferença faz se fumam uns baseadinhos. Se a economia vai bem, ninguém fica na mão.

- É verdade, respondo enquanto desembarco e então percebo quão prolixo era o meu táxista, que já desaparecia na primeira esquina, à direita.

O motorista, certamente, pensava, "mais cinco ou seis loucos como aquele e eu me aposento".

Sim, não deu-me o troco, o filho da mãe.



10 de julho de 2016
Alexandre Bellei, professor, é mestre em filosofia e colaborador da Rádio Vox.

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