"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 10 de julho de 2016

SUPREMO PARECE IGNORAR QUE A OPINIÃO PÚBLICA ANSEIA POR JUSTIÇA E ÉTICA



Charge do Jarbas (jarbascartunista.blogspot.com)

















Insuportável essa sensação de impunidade que paira no país. As instituições funcionam, é fato, mas de modo dicotômico. Mesmo não sendo da área jurídica, entendo claramente que as leis são materializadas por interpretações de acordo com princípios éticos e morais de seus juízes! Esse é o componente subjetivo que move o universo no que pode ser moral ou ilegal, público e privado.
A ditadura da toga não tem mais como ocultar seus verdadeiros interesses. Ao contrário do que imaginam muitos magistrados, o povo não é ignorante. Apesar de estarmos humilhados, sabemos distinguir o que é ético ou antiético.
Precisamos de referências éticas como do ar que respiramos. Se hoje Moro, Bicudo, Paschoal e tantos outros juristas são considerados heróis nacionais, é porque o povo está aprendendo a distinguir a justiça e a injustiça. Estes magistrados não são heróis, são profissionais que cumprem com dignidade seu papel; mas, se são alçados a heróis, é porque representam a esperança de que o país se transforme radicalmente em um espaço verdadeiramente justo e democrático, um lugar melhor para todos, independente de quem seja ou de qual partido se filie.
CORPORATIVISMO – À medida que cresce a revolta em relação às decisões do Supremo, mais corporativistas os ministros vão se tornando. Há um tempo atrás, as diferenças entre as “excelências” eram perceptíveis, hoje, os debates estão menos acalorados, com uma tendência visível ao consenso. Seria um sinal de “questão de sobrevivência”? Infelizmente, essas ações contraditórias dos ministros refletem de maneira extremamente negativa.
Impressiona a falta de sensibilidade dos integrantes do STF.  Fico a imaginar se não carecem de uma assessoria de Relações Públicas para melhor lidarem com a aversão que eles próprios constroem. É claro que não têm noção do tamanho desta aversão, do contrário, não adotariam medidas tão autoritárias!
AUTOCRÍTICA – Seria difícil exercitar a autocrítica? O que têm a perder justifica o sacrifício da dignidade e a arbitrariedade do Judiciário? O fato é que não querem reconhecer que está em risco o patrimônio jurídico do país, do qual deveriam ser os máximos guardiões.
Passam a impressão que estão se afogando na própria soberba e arrogância, por sobrepujarem a opinião pública, agindo com superioridade ao desmerecer o grito da população que não aguenta mais tanta prevaricação do poder público! Não, senhores ministros, não venham responsabilizar quem quer que seja pelas atitudes arbitrárias de vossas excelências.

10 de julho de 2016
Silvia Zanolla

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