Mais do que adversários, inimigos. Ironicamente, partilhando o mesmo destino. A referência é para Dilma Rousseff e Eduardo Cunha. Ambos estão sendo expelidos da vida pública por sua própria decisão. Madame, pela falta de identidade com a população, pelo divórcio completo até de suas bases, repelida pela opinião pública. Presunçosa e soberba, cultivou o malogro de seu projeto para a nação. Deu pouca ou nenhuma importância ao Congresso e aos partidos. Acusada de crimes que não cometeu, ainda não percebeu ter sido rejeitada pelo conjunto da obra, não por meras pedaladas.
Desgasta-se todos os dias em discursos, entrevistas e pronunciamentos variados, quando deveria recolher-se à meditação e tentar demonstrar qualidades de que não dispunha mas serviriam para sustentar-lhe o mandato assim que iniciado o processo de impeachment.
Em vez disso, numa vilegiatura desnecessária, reafirma defeitos e omite qualidades. Além do destampatório que utiliza para agredir seus adversários, aqueles que a estão vencendo e logo lhe aplicarão o golpe de graça.
EM OUTROS CAMINHOS – Eduardo Cunha chega ao mesmo final percorrendo outros caminhos. Galgou elogiados patamares de poder, tornou-se líder inconteste de considerável massa política, tinha promissores degraus à sua frente. Fracassou pela ambição. Lançou-se em corrida desordenada no objetivo de enriquecer. Usou de todos os métodos, em especial os mais bizarros, para amealhar centenas de milhões que não lhe pertenciam aqui e lá fora.
De maneira ostensiva, não cuidou sequer de proteger-se, pois forneceu todo tipo de evidências a respeito de suas falcatruas. Ficou marcado por elas, julgando-se acima do bem e do mal, ou, pelo menos, acima da consciência nacional.
Aí estão dois personagens que o destino tragou. Ainda que por motivos diferentes, colhem o mesmo resultado: em poucos dias estarão defenestrados por inteiro.
10 de julho de 2016
Carlos Chagas
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